As buscas pela brasileira Juliana Marins, que caiu enquanto fazia uma trilha no vulcão Rinjani, em Lombok, na Indonésia, foram oficialmente suspensas neste domingo (22), devido às condições climáticas adversas. Segundo Mariana Marins, irmã da jovem, o resgate foi interrompido por causa da forte neblina e dos ventos intensos que atingem a região montanhosa.
A família de Juliana também desmentiu as informações divulgadas pelas autoridades indonésias e pela Embaixada do Brasil em Jacarta, de que a jovem teria recebido comida, água e agasalho após escorregar pela montanha. Ao portal g1, Mariana disse que o resgate ainda não conseguiu chegar até a irmã, que já espera por ajuda há mais de 40 horas.
“Recebemos com muita preocupação e apreensão, que não é verdadeira a informação de que a equipe de resgate levou comida, água e agasalho para a Juliana. A informação que temos é de que até agora não conseguiram chegar até ela, pois as cordas não tinham tamanho suficiente, além da baixa visibilidade“, afirmou.
Irmã de Juliana Marins, que caiu em trilha de vulcão na Indonésia, desmente autoridades e resgate pic.twitter.com/ZjWsL3lQjh
— WWLBD ✌🏻 (@whatwouldlbdo) June 22, 2025
Mariana também denunciou que vídeos divulgados como sendo do salvamento foram forjados. “Todos os vídeos que foram feitos são mentiras, inclusive o do resgate chegando nela. O vídeo foi forjado para parecer isso, junto com essa mensagem associada a ele“, desabafou.

Após a suspensão do resgate, Mariana, em uma mensagem compartilhada com familiares e apoiadores, escreveu: “As buscas de hoje foram oficialmente canceladas. Juliana segue desaparecida“. Ainda de acordo com informações repassadas à família, duas equipes permanecem na área do vulcão e devem passar a noite no acampamento Cater Rim Sembalun, com previsão de retomar as buscas na manhã de segunda-feira (23), pelo horário local.
Por enquanto, a possibilidade de evacuação por helicóptero foi descartada, devido ao risco elevado na área do penhasco onde ela teria caído. “A única forma de o helicóptero ajudar seria se a vítima já estivesse em um ponto seguro, como o acampamento“, informou uma das equipes envolvidas na operação.
Juliana Marins, de 26 anos, foi vista pela última vez por volta das 17h30, pelo horário local, deste sábado (21), em imagens feitas por turistas com o auxílio de um drone. De acordo com a família, essas imagens dela caída na trilha são reais. Ela fazia uma trilha com o apoio de uma empresa de turismo quando sofreu uma queda de aproximadamente 300 metros.

Pai critica governo brasileiro
Manoel Marins, pai de Juliana, fez duras críticas à atuação das autoridades brasileiras no caso. Em entrevista à TV Globo, ele afirmou que a família não recebeu apoio da Embaixada do Brasil na Indonésia e que as informações divulgadas até o momento são falsas. “A gente não sabe onde ela está. As autoridades não chegaram até ela. Ela não recebeu água, não recebeu comida. Ela está sozinha há mais de 36 horas e parece que agora eles nem sabem onde ela está“, comentou.
“A embaixada não está dando apoio algum. O governo brasileiro, que nós tentamos contato, também não está nos ajudando. Isso é muito triste e muito grave. É uma menina de 26 anos, cidadã brasileira, e ninguém, com exceção de familiares e amigos, está se importando“, cobrou Manoel.
Uma campanha para dar atenção ao desaparecimento de Juliana e cobrar um posicionamento do Itamaraty, bem como da Embaixada Brasileira em Jakarta, também foi iniciada nas redes sociais.
