Um inquérito trouxe detalhes sobre a passagem de Bruno Krupp no Hospital Marcos Moraes. Nesta quinta (18), foi divulgado que o comportamento do modelo no centro médico era de “muita agressividade”. Além disso, os documentos afirmam que Krupp mostrou resistência a realizar um procedimento que uma enfermeira solicitou. A equipe médica também atestou que o paciente estava bem e que não havia necessidade de transferência de hospital.
O inquérito divulgado é sobre fraude processual, da qual o médico Bruno Nogueira Teixeira, de Krupp, é acusado. No dia 5 de agosto, o profissional alegou que o modelo, que atropelou e matou um adolescente no Rio, não poderia ser enviado à prisão devido a um problema nos rins. Ele afirmou que Krupp precisava ser mantido em uma UTI. Bruno Nogueira foi indiciado após seu laudo divergir do emitido pelo Hospital Marcos Morais, que atestou que o rapaz estava bem e apenas tinha algumas lesões do acidente.
Segundo o inquérito, o enfermeiro que atendeu Krupp confirmou que “o paciente estava acamado, não saia do leito, mas não apresentava sinais que justificassem sua transferência para outro setor”. Em relação ao balanço hídrico do modelo, o profissional disse que estava tudo normal, contudo, o controle rigoroso ficou prejudicado. De acordo com o enfermeiro, o paciente estava acompanhado de um amigo que, apesar de orientado, por vezes, não anotava a diurese do modelo.
O membro do hospital também disse que “Bruno Krupp, em todo momento, se mostrou rude e arrogante, dando ordens para os profissionais e exigindo exclusividade no tratamento. Que em todo momento Bruno foi atendido por dois profissionais, que se auxiliavam e se resguardavam, caso Bruno fizesse algum tipo de reclamação, visto que o comportamento do paciente era de muita agressividade”.
Uma técnica de enfermagem também deu depoimento sobre o comportamento de Bruno. Ela explicou que, no dia 4 de agosto, ao orientar o paciente que o mesmo deveria anotar sua diurese, recebeu a seguinte resposta “que somente conseguia urinar, balançando”. Ainda de acordo com a profissional, o influenciador estava urinando em “patinho” (instrumento para acamados urinarem) todos os outros dias, mas no dia citado, disse que não conseguia, pois estava de mãos atadas.
Ela ainda chamou atenção para o fato de que o paciente já veio transferido com as mãos enfaixadas, logo não ocorreu episódio novo que justificasse a necessidade de um “balanço”. Além disso, a técnica registrou, neste dia, que a diurese dele estava normal.
A médica que avaliou Krupp no dia 5 de agosto também relatou que tudo estava nos conformes com ele, inclusive com seu débito urinário. Em outra análise, em relação aos rins do paciente – que o médico Bruno Nogueira Teixeira disse estar com problemas –, ela atestou se tratar de um caso de rabdomiólise leve, com baixa probabilidade de evolução para insuficiência renal aguda e sem indicação de hemodiálise.
Além disso, a médica afirmou que Bruno Krupp não apresentava insuficiência renal aguda, mesmo quando estava internado na UTI. Segundo ela, a função dos rins dele era normal. Nesta quarta (17), quando o médico Bruno Nogueira Teixeira foi indiciado, ele disse que pediu a transferência de Krupp porque o quadro clínico do paciente “estava se encaminhando para uma insuficiência renal”. No dia 9 de agosto, o médico Bruno Nogueira Teixeira prestou depoimento e negou qualquer fraude.
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