Gêmeas de 6 anos morrem em intervalo de 8 dias no RS; mãe é presa e pai presta depoimento

O caso aconteceu em Igrejinha, nos arredores de Porto Alegre

Nesta terça-feira (15), Gisele Beatriz Dias, mãe das gêmeas de 6 anos que morreram em um intervalo de apenas 8 dias, foi presa temporariamente pela Polícia Civil em Igrejinha, a 90 km de Porto Alegre. De acordo com informações do g1, ela é suspeita de duplo homicídio.

As gêmeas, Manoela e Antonia Pereira, morreram nos dias 7 e 15 de outubro, respectivamente. Ambas foram socorridas em casa, no loteamento Jasmim, no bairro Morada Verde, mas não resistiram. Em depoimento, Graciano Ronnau, comandante do Corpo de Bombeiros Voluntários de Igrejinha, que participou do atendimento a Antonia, afirmou: “Os quadros das duas crianças eram muito semelhantes. As duas crianças foram encontradas em parada cardiorrespiratória”.

Os laudos do Instituto Geral de Perícias (IGP) não apresentaram sinais evidentes de violência. Contudo, os médicos suspeitam que as mortes possam ter sido causadas por intoxicação por medicamentos ou veneno. “Tem hipóteses. Com base nos médicos que socorreram, possivelmente pode ser uma intoxicação exógena, quer dizer, externa, pela ingestão de medicamentos ou mesmo veneno. Nós dependemos do laboratório do Instituto-Geral de Perícias”, declarou o delegado Cleber Lima.

Após a morte de Antonia, Gisele foi presa sob suspeita de duplo homicídio doloso, caracterizado pela intenção de matar. “Há suspeita de que ela tenha praticado homicídio contra essas crianças”, afirmou o delegado.

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Gisele nega qualquer envolvimento nas mortes das menians, reiterando em depoimento que “sempre fez de tudo para cuidar e amar as filhas”. No entanto, a Polícia Civil recebeu relatos de um médico que atendeu Gisele, afirmando que ela tinha “ideias perversas” em relação às gêmeas. Além disso, foi mencionado que a mãe havia sido internada na ala psiquiátrica pouco antes das mortes.

Esses relatos contribuíram para a teoria da polícia de que Gisele estaria envolvida nas mortes, fundamentando o pedido de sua prisão temporária.

Gêmeas morreram em um intervalo de apenas 8 dias. (Foto: Arquivo Pessoal/ TV Globo)

O pai das meninas, cuja identidade não foi divulgada, também foi interrogado, mas não está sendo tratado como suspeito pelas autoridades. Em depoimento, ele afirmou que as gêmeas não apresentavam problemas de saúde antes do incidente. Após a morte de Manoela, a família agendou uma consulta para Antonia no dia 15, data em que ela também faleceu, para verificar se poderia ter passado por algo semelhante ao que ocorreu com a irmã.

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Após o trágico ocorrido, o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Igrejinha se manifestou. Em nota, a organização afirmou que tomará medidas para averiguar se houve violação do dever legal de proteger as crianças por parte do conselho tutelar.

Leia a íntegra:

“O COMUDICA, formado por representantes da sociedade civil e do Executivo, atua constantemente e de forma ativa na defesa dos interesses das crianças e adolescentes e no cumprimento da lei.

Informamos que não recebemos denúncias ou relatos de maus tratos envolvendo as gêmeas que faleceram, tampouco recebemos informações de falta de atuação do conselho tutelar ou da rede em acompanhamento deste caso em especifico, que pudesse gerar a abertura de sindicância ou PAD por parte do COMUDICA.

Tomamos conhecimento da situação pela imprensa e vamos averiguar se houve, por parte do conselho tutelar, a violação do dever legal de proteger as infantes, nos termos da lei, pois não toleramos qualquer violação de direitos.

Nos solidarizamos com a comunidade enlutada pelo falecimento precoce das crianças.

Confiamos nos trabalhos da Polícia Civil, do Ministério Público e do Poder Judiciário, que estão atuando nas investigações pertinentes, e estamos sempre atuando junto com a comunidade para que a lei seja cumprida.

COMUDICA

15 de outubro de 2024″.

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