Uma das enfermeiras que desconfiou do médico Giovanni Quintella Bezerra – preso em flagrante por estupro de uma grávida durante cesárea -, forneceu detalhes da conduta do anestesista às autoridades. Segundo a profissional, as vítimas de Bezerra recebiam tanta anestesia que “nem sequer conseguiam segurar os seus bebês“. “As pacientes [de Giovanni] ficavam completamente fora de si. Quando eram cuidadas por outro anestesista, jamais ficavam dessa maneira“, ponderou a testemunha em depoimento obtido pelo g1.
A funcionária explicou que o anestesista sempre se posicionava de maneira a obstruir a visão do resto da equipe hospitalar, impedindo que os crimes fossem descobertos antes. Ela ainda afirmou que começou a desconfiar de Giovanni no primeiro procedimento feito no domingo (10). “Após a saída do acompanhante da paciente da sala de cirurgia, Giovanni usou um capote, fazendo uma cabana que impedia que qualquer outra pessoa pudesse visualizar a paciente do pescoço para cima“, declarou.
Na segunda cesária, segundo a testemunha, o acusado “usou o capote aberto nele próprio, alargando sua silhueta, e se posicionou de uma maneira que também impedia que qualquer pessoa pudesse ver a paciente do pescoço para cima“. “Giovanni, ainda posicionado na direção do pescoço e da cabeça da paciente, iniciou, com o braço esquerdo curvado, movimentos lentos para frente e para trás. Pelo movimento e pela curvatura do braço, pareceu que estava segurando a cabeça da paciente em direção à sua região pélvica“, constatou.
Com isso, a mulher e alguns outros funcionários posicionaram um celular escondido antes da terceira operação do dia, mas não permaneceram no local durante o procedimento. Eles só souberam do ocorrido após verem as imagens gravadas. Em seguida, as encaminharam para a polícia. Bezerra foi preso em flagrante, e o momento foi filmado. Na cena, ele aparece surpreso com a informação de que havia um vídeo do ato. Giovanni foi indiciado por estupro de vulnerável, e pode pegar pena de 8 a 15 anos de reclusão.
O médico de 32 anos se especializou há dois meses em anestesia. Ele trabalhava em mais de dez hospitais das redes públicas e privadas do Rio de Janeiro. A polícia agora procura outras possíveis vítimas do anestesista.
Momento em que médico é preso por estupro de grávida no RJ pic.twitter.com/WqaCu8v8OB
— Só Mídias (@MidiasSo) July 11, 2022