O paraquedista aposentado Solomar Krüger, de 79 anos, foi uma das 6,5 mil pessoas resgatadas após as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul. Porém, a história dele teve um desfecho surpreendente. O idoso estava dormindo quando a região da sua casa começou a ser alagada, há dez dias, com os temporais.
À CBN, ele contou que sentou na cadeira de rodas e gritou por socorro. O vizinho dele, então, lembrou que o idoso morava sozinho e foi ajudá-lo. Krüger disse que já tinha água no pescoço quando o resgate chegou. “Começou a boiar tudo dentro de casa. Parei na porta, agarrado ali, fiquei esperando. Eu senti que ia morrer”, relembrou ele.
“Eu já estava com água no pescoço. Aí eu disse: ‘vou morrer, mas vou pegar a bandeirinha do Colorado, pelo menos’. E ela se foi embora”, relatou. Depois do resgate, ele foi levado para o maior abrigo montado na cidade de Canoas, no campus da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra).
Lá, ele fez vários amigos e acabou sendo entrevistado pelo jornalista Fábio Schaffner, do Jornal Zero Hora. As irmãs de Krüger viram a entrevista e identificaram o idoso após 43 anos de afastamento. Apesar de não explicar o motivo de ter ficado tanto tempo sem contato com os familiares, o senhor contou que deixou o interior de Pelotas quando o pai morreu e nunca voltou ao local.
Uma das irmãs conseguiu nesta terça-feira (15) fazer uma chamada de vídeo com o idoso. Ele disse que está feliz em reencontrar a família, mas prefere seguir no abrigo. “Estou sendo muito bem tratado, fiz inúmeros amigos. Não saio daqui”, afirmou.