A Polícia Federal realiza, nesta terça-feira (12), uma operação contra o tráfico de drogas e o desvio de um produto químico usado na produção de crack. O principal alvo das investigações é a empresa Anidrol, uma indústria química que fica em Diadema, na grande São Paulo, e que tem como sócio, o influenciador fitness Renato Cariani. A PF cumpre um mandado de busca na mansão dele.
Cariani, que tem mais de 7 milhões de seguidores em uma rede social, tornou-se escopo da ação batizada de Operação Hinsberg, realizada em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO do MPSP) de SP e a Receita Federal. De acordo com o portal Metrópoles, os agentes apreenderam uma alta quantia de dinheiro na residência do influenciador. Além disso, outros produtos e insumos foram confiscados. Assista ao momento:
⏯️ Veja momento em que PF cumpre mandado na mansão de Renato Cariani.
Influenciador fitness é investigado por esquema sobre desvio de produto químico usado na produção de crack.
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— Metrópoles (@Metropoles) December 12, 2023
Mais de 70 policiais cumprem 18 mandados de busca e apreensão, sendo 16 em São Paulo, um em Minas Gerais e um no Paraná. Segundo as autoridades, as investigações revelaram que o esquema abrangia a emissão fraudulenta de notas fiscais por empresas licenciadas. Elas vendiam produtos químicos em São Paulo, usando “laranjas” para depósitos em espécie, como se fossem funcionários de grandes multinacionais.
Até o momento, foram identificadas 60 transações dissimuladas vinculadas à atuação da organização criminosa. Elas totalizam, aproximadamente, 12 toneladas de produtos químicos, sendo: fenacetina, acetona, éter etílico, ácido clorídrico, manitol e acetato de etila, o que corresponde a mais de 19 toneladas de cocaína e crack prontas para consumo.
A fenacetina teria sido a principal substância desviada para a produção de toneladas de crack. Os envolvidos no esquema responderão, cada qual dentro da sua esfera de responsabilidade, pelos crimes de tráfico equiparado, associação para fins de tráfico e lavagem de dinheiro. Somadas, as penas podem ultrapassar 35 anos de reclusão.
Histórico das investigações
As buscas começaram em 2022, após uma farmacêutica multinacional ter avisado a PF que foi notificada pela Receita Federal sobre notas fiscais faturadas em nome dela, com pagamento em dinheiro não declaradas. À época, a empresa alegou que nunca fez a aquisição do produto, que não tinha esses fornecedores e que desconhecia os depositantes.
A PF iniciou a investigação e identificou que, entre 2014 e 2021, o grupo emitiu e faturou notas em nome de três empresas grandes de forma fraudulenta, sendo elas: AstraZeneca, LBS e Cloroquímica. A prisão dos envolvidos foi pedida pela Polícia Federal. O Ministério Público foi favorável à solicitação, mas a Justiça negou.
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