A influenciadora digital Emma Spinner, de 31 anos, foi presa na noite de segunda-feira (16), em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG). A ação ocorreu durante uma fiscalização de rotina na BR-262, e após um alerta emitido pela Interpol. Segundo a Polícia Civil, ela mora nos Estados Unidos com visto temporário, e tem histórico de problemas psiquiátricos.
Contudo, a prisão foi solicitada assim que Emma retornou ao Brasil. A corporação cumpriu o mandado preventivo após investigações que apontaram a prática de 40 crimes digitais. A influencer foi indiciada em setembro por extorsão, denunciação caluniosa, discriminação religiosa qualificada pelo uso de redes sociais, injúria racial, ameaça, calúnia e difamação qualificada pelo uso de redes sociais.
As investigações identificaram mais de 30 vítimas, com 21 boletins de ocorrência registrados. De acordo com a PCMG, Emma utilizava suas plataformas digitais para cometer crimes contra a honra e proferir ameaças, causando sofrimento psicológico e prejuízos financeiros. Ela mantinha vários perfis na internet, e cinco deles foram removidos a pedido da polícia por determinação judicial. Os ataques, porém, não pararam.
A mulher também exigia que as vítimas lhe pagassem para cessar as ofensas. Conforme o delegado Wesley Amaral, responsável pelas investigações, “a prática da extorsão não exige necessariamente a entrega do dinheiro; basta a exigência para que o crime se aperfeiçoe”.
O delegado ressaltou que as penas somadas podem ultrapassar 30 anos, devido à gravidade das condutas. “As redes sociais não são terra sem lei. É possível identificar e responsabilizar quem pratica crimes, mesmo utilizando perfis falsos”, explicou Amaral durante uma coletiva à imprensa.
Alerta da Interpol foi essencial para prisão
Em novembro, a PCMG solicitou um alerta vermelho à Interpol para impedir a fuga de Emma Spinner. O mecanismo ainda garantiria a prisão dela em qualquer país. A Polícia Rodoviária Federal (PRF), então, realizou a detenção após identificá-la em uma abordagem de rotina na BR-262. A influenciadora estava acompanhada por outra pessoa em um veículo registrado em seu nome.
Agora, o caso avançou para a fase processual. Emma foi encaminhada para uma unidade prisional na região metropolitana de Belo Horizonte. No momento, a Polícia Civil apura possíveis cúmplices que teriam fornecido informações utilizadas pela influencer ao cometer os crimes. Também está sendo investigado se ela recebeu pagamentos para prejudicar outras pessoas.
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