Juliana Leite Rangel, de 26 anos, teve o estado de saúde atualizado nesta quarta-feira (1º). Ela foi baleada na cabeça durante uma abordagem policial na véspera de Natal, em Duque de Caxias. De acordo com o boletim médico divulgado pelo Hospital municipalizado Adão Pereira Nunes, Juliana começou a despertar e já responde a estímulos.
A vítima está internada no CTI da unidade desde o dia 24 de dezembro. O estado de saúde dela segue grave, mas com melhora progressiva. No último dia 30, ela passou por uma traqueostomia. A sedação vem sendo reduzida, assim como a ventilação mecânica. O boletim informou que Juliana apresenta “boa resposta a essa redução de suporte”.
Além disso, ela “mantém reflexos preservados”, do ponto de vista neurológico. Entretanto, não é possível fazer uma avaliação completa do nível de consciência, nem se a vítima terá possíveis sequelas permanentes. “O processo de desmame de sedação e ventilação mecânica seguirá, de acordo com a tolerância da paciente. A mesma segue acompanhada pelo serviço de neurocirurgia e cirurgia torácica, em conjunto com equipe multidisciplinar”, declarou o hospital.
Entenda o caso
A vítima foi baleada na Rodovia Washington Luiz, em Duque de Caxias, quando ia para Niterói, em uma comemoração de Natal. Outros quatro familiares estavam no carro. Alexandre Rangel, o motorista do veículo e pai da jovem, também foi atingido no dedo. “Vinha essa viatura, na pista de alta (velocidade). Eu também estava. Aí, liguei a seta para dar passagem, mas ele, em vez de passar, veio atirando no carro, sem fazer abordagem, nada. Aí falei para minha filha: ‘Abaixa, abaixa, no fundo do carro, abaixa, abaixa’. Aí eu abaixei, meu filho deitou no fundo do carro, mas, infelizmente, o tiro pegou na minha filha”, lamentou ele.
O Ministério Público Federal abriu uma investigação sobre o caso, e Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça, condenou a ação. Vitor Almada, superintendente da PRF no Rio de Janeiro, relatou que os agentes afirmaram que ouviram tiros quando se aproximaram do veículo e deduziram que vinha dele, mas, depois, descobriram que tinham cometido um grave equívoco. A instituição se pronunciou oficialmente, por meio de um comunicado. Leia na íntegra:
“A Polícia Federal instaurou inquérito para apurar os fatos relacionados à ocorrência registrada na noite desta terça-feira (24/12), no Rio de Janeiro, envolvendo policiais rodoviários federais.
Após ser acionada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), uma equipe da Polícia Federal esteve no local para realizar as medidas iniciais, que incluíram a perícia do local, a coleta de depoimentos dos policiais rodoviários federais e das vítimas, além da apreensão das armas para análise pela perícia técnica criminal.“
Segundo O Globo, os agentes envolvidos no caso foram afastados das ruas.