Jovem baleada por agentes da PRF no Natal começa a reagir, e mãe se emociona: “Minha filha é um milagre”

Juliana Leite Rangel, baleada na cabeça durante uma abordagem da PRF na véspera do Natal, começa a reagir, mas segue em estado grave

Juliana Leite Rangel, de 26 anos, que foi baleada na cabeça durante uma abordagem policial na véspera do Natal, apresenta sinais de melhora, mas seu estado de saúde ainda é grave. A agente de saúde, que permanece internada no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, teve a sedação suspensa nesta quinta-feira (2), e agora começa a responder a estímulos e interagir com o ambiente.

“Minha filha, graças a Deus, está abrindo os olhos. Eu já disse ‘eu te amo’ tantas vezes, e ela me respondeu com os lábios que me ama. Minha filha é um milagre. Todos os médicos dizem que ela é um milagre. O tiro arrancou um pedaço da orelha dela, mas os médicos disseram que, quando ela estiver melhor, vão fazer uma cirurgia plástica para recolocar o pedaço”, contou Dayse Rangel, mãe de Juliana, ao O Globo.

O boletim médico do hospital revelou que Juliana, que foi submetida a uma traqueostomia, está em ventilação mecânica de suporte. O médico responsável, Moisés Almeida, explicou que a jovem está tolerando a ausência de sedação, e segue com quadro de saúde progressivamente estável.

“Ela está começando a interagir, com a pressão arterial estável. Realizamos uma tomografia do crânio e não houve novos achados. Está tudo dentro do esperado”, afirmou Almeida.

Juliana Leite Rangel segue com o estado de saúde grave, mas tem melhora progressiva. (Foto: Reprodução/ Instagram)

Entenda o caso:

A tragédia aconteceu na noite do dia 24 de dezembro, quando Juliana estava no banco de trás do carro da família, ao lado do irmão de 17 anos e da namorada dele. Na frente, estavam sua mãe, Dayse, com o cachorro no colo, e o pai, Alexandre da Silva Rangel, que dirigia o veículo. Eles estavam a caminho de Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, para passar o Natal com parentes.

Segundo o relato de Alexandre, ao perceber a aproximação de uma viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF), ele reduziu a velocidade e deu passagem, pensando que se tratava de uma ambulância. No entanto, ao voltar para a pista, a viatura começou a atirar contra o carro, atingindo Juliana na cabeça e o pai na mão esquerda. Apesar do ferimento, Alexandre não precisou de internação.

“Eu estava a 90 (km/h). Aí olhei pelo retrovisor e vi aquele giroscópio. Pensei que era uma ambulância, liguei a seta. Dei passagem. Mas só quando ele chegou perto, jogou (a viatura) atrás de mim. Falei: ‘Ih, não passou, não’. Aí liguei a seta e voltei. Quando eu voltei, mandaram bala, sem parar”, detalhou Alexandre ao “Fantástico”.

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O Ministério Público Federal iniciou uma investigação sobre o caso, enquanto o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, condenou a conduta dos agentes. Segundo Vitor Almada, superintendente da PRF no Rio de Janeiro, os policiais relataram ter ouvido disparos ao se aproximarem do veículo e assumiram que vinham de lá, mas posteriormente reconheceram o erro cometido. A PRF também divulgou um comunicado oficial sobre o incidente. Leia na íntegra:

“A Polícia Federal instaurou inquérito para apurar os fatos relacionados à ocorrência registrada na noite desta terça-feira (24/12), no Rio de Janeiro, envolvendo policiais rodoviários federais.

Após ser acionada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), uma equipe da Polícia Federal esteve no local para realizar as medidas iniciais, que incluíram a perícia do local, a coleta de depoimentos dos policiais rodoviários federais e das vítimas, além da apreensão das armas para análise pela perícia técnica criminal”.

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