A Justiça de São Paulo ordenou o arquivamento do caso de Livia Gabriele, que morreu após ter relações sexuais com Dimas Cândido, ex- jogador do Corinthians, da categoria sub-20. O Ministério Público já havia pedido o arquivamento, por acreditar que não houve sinais de que Dimas teve intenção de lesionar a moça. As informações são do g1, neste sábado (25).
Leonardo Dantas Costa, promotor do caso, afirmou que, após o mal súbito da jovem, Dimas Cândido “acionou o socorro e, desde o início do atendimento, colaborou com os socorristas, seguindo especificamente as instruções“. Cândido chegou a fazer massagem cardíaca na mulher. “Não há evidências de ação dolosa na forma direta, por parte de Dimas. […] Os elementos dos autos não demonstram que Dimas tenha, mediante sua conduta, assumido o risco da morte de Livia“, apontou ele.
“Portanto, concluídas as investigações, tendo sido realizadas múltiplas e extensas diligências, colhidos percucientes elementos de informação, não há evidências que permitam concluir pela existência de crime doloso contra a vida de Livia“, finalizou Costa.
Tiago Lenoir Moreira, advogado do atleta, havia criticado a demora do SAMU. “Os laudos deixam claro que houve consentimento, que não houve violência. É um absurdo a gente querer espremer para tentar buscar alguma coisa criminal contra o Dimas. Ele foi testemunha de uma fatalidade. O tempo foi fundamental para a evolução desse óbito. Demorou demais. Será que o SAMU está preparado para atendimentos de pronto atendimento ginecológicos?“, questionou.
Em depoimento, o jogador de 18 anos havia relatado que os dois conversavam há alguns meses por meio das redes sociais e que esta foi a primeira vez que eles se viram pessoalmente. Dimas afirmou que, durante a segunda relação sexual, a jovem desmaiou e ele ligou para o SAMU imediatamente. O atleta disse que eles não fizeram uso de bebida alcoólica ou entorpecentes, e que estavam apenas os dois no apartamento.
No local, que foi periciado, foram encontrados uma pequena quantidade de sangue no colchão e no chão, além de uma camisinha e dois cigarros eletrônicos. A polícia pediu ao condomínio as imagens das câmeras de segurança, que mostram a chegada da jovem ao prédio.
Relembre o caso
Livia Gabriele da Silva Matos morreu, após um encontro com Dimas Cândido de Oliveira Filho, jogador sub-20 do Corinthians. Segundo relato das autoridades à TV Globo, a moça de 19 anos estava no apartamento do atleta, quando o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência foi acionado. O caso foi registrado como morte suspeita no 30º Distrito Policial.
Segundo o g1, o atestado de óbito divulgou como causa da morte uma “ruptura de fundo de ‘saco de Douglas’ com extensão à parede vaginal esquerda”. “Saco de Douglas” é o nome dado a uma região genital que fica na parte baixa do abdômen, entre o útero e o reto.
O atestado aponta, ainda, que o resultado de exames complementares – como necroscópico, toxicológico e sexológico – eram aguardados pelas autoridades. Em nota, o Sport Club Corinthians Paulista informou que “está ciente dos acontecimentos que envolveram um de seus atletas da base, aguarda a investigação dos fatos e está à disposição para colaborar com as autoridades”. O jogador está emprestado à equipe sub-20 do Corinthians, mas pertence ao Coimbra, clube mineiro da cidade de Contagem. O vínculo de Dimas com o clube paulista vai até 31 de janeiro de 2025.
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