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A morte de um adolescente de 14 anos em Planalto, no sudoeste da Bahia, está sendo investigada pela Polícia Civil. Davi Nunes Moreira faleceu na quarta-feira (12), um dia depois de ser transferido para o Hospital Geral de Vitória da Conquista (HGVC). Antes de morrer, ele relatou à equipe médica que havia esmagado uma borboleta, misturado seus restos com água e injetado a substância na perna utilizando uma seringa.
A situação começou a preocupar a família cerca de uma semana antes da morte. Segundo o pai, o jovem começou a mancar, mas alegou que havia se machucado enquanto brincava. Dias depois, ele passou a apresentar sintomas como vômito e precisou ser levado ao hospital de Planalto, onde ficou internado por sete dias antes da transferência para Vitória da Conquista.
Foi no hospital que Davi revelou à equipe médica que havia realizado a injeção. O pai, que não sabia do ocorrido até então, encontrou a seringa mencionada pelo filho embaixo do travesseiro enquanto arrumava a casa após sua morte.

Ainda não há uma conclusão oficial sobre o que levou ao falecimento do adolescente, mas especialistas apontam diversas possibilidades. Segundo o infectologista Luiz Fernando D. Relvas, do Hospital Santa Marcelina, ao site Viva Bem, do UOL, a causa pode estar relacionada a uma embolia, uma infecção grave, uma reação alérgica ou até mesmo um efeito tóxico das substâncias presentes no corpo da borboleta.
A embolia pode ocorrer caso a seringa tenha injetado bolhas de ar ou fragmentos sólidos na corrente sanguínea, o que pode bloquear vasos e comprometer a circulação: “A gente não sabe como ele preparou essa mistura e nem o tamanho dos fragmentos que conseguiu injetar no corpo. Pode ter sobrado ar dentro, o que levaria a um caso de embolia. A morte, nessa situação, pode ser rápida e gerar falta de ar em um curto período”.
Outra possibilidade é a infecção causada pela injeção de um material contaminado. O uso de uma seringa sem esterilização e a falta de higiene no local da aplicação poderiam ter facilitado a entrada de bactérias no organismo. “A infecção pode ser causada tanto por pedaços do corpo do animal, quanto pela água, que poderia estar contaminada”, explicou Relvas.

Também não se descarta a hipótese de envenenamento, já que algumas espécies de borboletas possuem substâncias tóxicas como mecanismo de defesa. No entanto, para que isso acontecesse, seria necessário avaliar a quantidade de substância injetada e a espécie do inseto envolvido.
Por fim, um choque anafilático decorrente de uma reação alérgica ao inseto também poderia ter sido o fator responsável. O especialista lembra que reações alérgicas graves podem evoluir rapidamente se não forem tratadas a tempo. “Um choque anafilático pode acontecer em até 15 minutos, se a pessoa não tiver a assistência correta”, disse o profissional. A Polícia Civil aguarda os laudos periciais para confirmar a causa da morte.
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