Lula demite ministro Silvio Almeida após acusações de assédio sexual; saiba detalhes

Lula garantiu que uma pessoa que pratica o assédio “não ficará no governo”.

Nesta sexta-feira (6), o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeidafoi exonerado do cargo após a ONG Me Too Brasil confirmar que recebeu denúncias de assédio sexual contra ele. Em nota, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a situação dele é “insustentável” e o tirou do cargo.

“O presidente considera insustentável a manutenção do ministro no cargo considerando a natureza das acusações de assédio sexual”, afirmou nota da Presidência.

O comunicado ainda aponta que “o Governo Federal reitera seu compromisso com os Direitos Humanos e reafirma que nenhuma forma de violência contra as mulheres será tolerada”.

Segundo o Metrópoles, os episódios de assédio teriam ocorrido no ano passado. Uma das vítimas seria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. A jornalista Daniela Lima, da GloboNews, afirmou que a equipe do presidente já estava ciente de uma suposta conduta de assédio por parte de Almeida desde 2023. Depois do caso se tornar público, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, publicou uma foto abraçando Anielle, no Instagram.

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Em uma reunião na manhã de hoje, Almeida foi chamado para “prestar esclarecimentos ao controlador-geral da União, Vinícius Carvalho, e ao advogado-geral da União, Jorge Messias, por conta das denúncias publicadas pela imprensa contra ele”. Uma investigação da Polícia Federal também será iniciada.

Mais cedo, Lula já tinha comentado sobre as acusações, destacando que o ministro terá o direito de defesa. “O que eu posso antecipar para você é o seguinte: alguém que pratica assédio não vai ficar no governo. Eu só tenho que ter o bom senso de que é preciso que a gente permita o direito à defesa, a presunção de inocência, ele tem o direito de se defender“, declarou.

Eu estou numa briga danada contra a violência contra as mulheres, o meu governo tem uma prioridade em fazer com que as mulheres se transformem numa parte importante da política nacional. Então, eu não posso permitir que tenha assédio“, ressaltou.

Lula também reiterou a informação dada por Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, de que a permanência de Almeida no cargo é insustentável. “Então, é o seguinte, nós vamos ter que apurar corretamente. Mas eu acho que não é possível a continuidade no governo, porque o governo não vai fazer jus ao seu discurso, à defesa da mulheres, inclusive dos direitos humanos, com alguém acusado de assédio“, sustentou.

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Para complementar, ele afirmou que não permitirá que um “erro pessoal” ou um “equívoco” de alguém prejudique o governo. “Nós queremos paz e tranquilidade, e assédio não pode coexistir com a democracia, com o respeito aos direitos humanos. E sobretudo, com o respeito aos subordinados“, concluiu. Assista:

Almeida nega denúncias

Em um vídeo publicado na quinta-feira (5), Silvio Almeida negou qualquer crime e chamou as denúncias de “mentiras”. “Repudio com absoluta veemência as mentiras que estão sendo assacadas contra mim. Repudio tais acusações com a força do amor e do respeito que tenho pela minha esposa e pela minha amada filha de 1 ano de idade, em meio à luta que travo, diariamente, em favor dos direitos humanos e da cidadania neste país”, afirmou. Leia a íntegra.

 

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