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Uma mãe foi surpreendida na hora do parto, no Rio de Janeiro. De acordo com informações divulgadas nesta terça-feira (1º), pelo secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, a gestante acreditava esperar gêmeos, mas apenas um bebê lhe foi entregue após dar a luz. Soranz informou que a primeira ultrassonografia feita por Kathelen Tavares, que indicava que ela estava grávida de dois bebês, estava errada.
Ela denunciou o caso para à Polícia Civil ao mostrar que todos os exames feitos durante a gestação apontaram que ela esperava gêmeos. O caso está sob investigação da 34ª DP (Bangu). “Foi uma cesariana com uma equipe médica completa, com os enfermeiros, e só tinha um bebê e uma única placenta. O que aconteceu foi uma confusão no primeiro ultrassom, com o saco gestacional e com o cardiotoco, que é um exame que escuta o bebê. Então, ele [a pessoa que fez o exame] escutou o batimento em dois pontos diferentes do abdômen”, afirmou o secretário em entrevista ao Bom Dia Rio.
Soranz informou que a placenta retirada na hora do parto também foi enviada para a perícia. “É um único feto, é uma única placenta. A placenta também foi para a perícia, para análise, pra gente poder ter mais um documento que comprove. Também teve fotografia no momento do parto para garantir que era só um bebê”, declarou ele.
“Infelizmente foi um erro da primeira ultrassonografia. É um único bebê, é importante isso ficar bem esclarecido. É importante tranquilizar a família. Não teve nenhum problema durante o parto”, acrescentou.
Kathelen já é mãe de gêmeas. Ao descobrir a nova gestação, foi informado que ela teria gêmeas novamente. Depois de todo o pré-natal, consultas e exames com laudo gemelar, Kathelen afirmou ao g1 que os fetos apareciam saudáveis e era possível ouvir dois corações. Entretanto, no parto ela só ouviu um neném chorar. Logo contaram para ela que não tinha outro bebê.
Na documentação do pré-natal, os registros mostraram que a mãe foi a dez consultas na Clínica da Família. As informações apontaram dados de duas bebês. A ultrassonografia feita em dezembro do ano passado também indicou dois fetos com batimentos cardíacos diferentes e até tamanhos de fêmur distintos.
O último exame tinha sido feito na quarta-feira (26), no Hospital da Mulher Mariska Ribeiro, em Bangu. Os laudos mais uma vez mostraram dois batimentos cardíacos. O parto estava agendado para sábado (29). Entretanto, a bolsa estourou um dia antes. Kathelene foi às pressas para o hospital e, com isso, nenhum parente conseguiu acompanhá-la. Ela acabou indo sozinha para a sala de cirurgia.
“Me botaram na sala de cirurgia, me mandaram separar duas roupas para dois bebês, tomei anestesia, fiquei deitada, escutei o choro de uma, botaram em cima de mim, eu falei que não aguentava e depois falaram que não tinha outro bebê, não me falaram mais nada”, contou ela.
Nos registros de internação no hospital consta que foi uma gestação gemelar. Além disso, a informação também aparece na declaração de nascido-vivo entregue à mãe pelo hospital. A polícia declarou que investiga o caso e que solicitou documentos da unidade hospitalar e imagens de câmeras de segurança. O diretor do hospital foi intimado para prestar depoimento e a mãe será novamente ouvida.