Marina Silva rebate senador que falou em enforcá-la durante evento no AM: “Só os psicopatas são capazes disso”; assista

Plínio Valério (PSDB-AM) fez a declaração em um evento da Fecomércio no estado do Amazonas

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A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, rebateu nesta quarta-feira (19) a declaração feita pelo senador Plínio Valério (PSDB-AM). Durante uma cerimônia da Fecomércio, o parlamentar criticou o trabalho da chefe da pasta. Ele pediu aos presentes para “imaginar o que seria a tolerar por 6 horas e dez minutos sem enforcá-la”, em alusão à participação de Marina na CPI das ONGs, do Senado.

Marina, então, se pronunciou sobre a fala. “Com a vida dos outros não se brinca. Quem brinca com a vida dos outros ou faz ameaça aos outros de brincadeira e rindo, só os psicopatas são capazes de fazer isso”, disse ela ao fim do programa “Bom dia, Ministra”, do Governo Federal.

“Eu sofri agora pela manifestação de um senador que fez uma afirmação de que era muito difícil para ele ficar conversando comigo durante 6 horas sem me enforcar”, continuou. Marina alegou que a declaração de Valério é uma maneira de incitar a violência contra a mulher. Ela ainda declarou que mesmo em posições de poder e visibilidade como a dela, as mulheres ainda estão sujeitas a ataques.

Além disso, Marina criticou o tom de brincadeira usado pelo senador, e afirmou que ameaçar a vida de alguém não pode ser tratado como algo “trivial”: “É dito porque é com uma mulher, uma mulher preta, de origem humilde, que tem uma agenda que em muitos momentos confronta o interesse de alguns”.

Assista aos vídeos abaixo:

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Mais cedo, também nesta quarta (19), o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), classificou a fala de Plínio Valério como “infeliz”. O senador, então, afirmou não ter se arrependido e alegou que a frase foi uma “brincadeira”.

“Um ano se passou [desde a sessão na CPI] e fui receber uma medalha. Em tom de brincadeira, eu disse: imagine vocês o que é ficar com a marina seis horas e 10 minutos sem ter vontade de enforcá-la. Todo mundo riu, foi brincadeira. Se você perguntar: você faria de novo? Não. Mas se arrepende? Não. Foi uma brincadeira”, disse Plínio.

O senador apontou, ainda, que Marina foi tratada com “respeito e paciência” durante toda a CPI. “Por ser mulher, por ser ministra, por ser negra, por ser frágil, foi tratada com toda delicadeza”, finalizou.

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