Mateus da Costa Meira, atirador do massacre do Morumbi Shopping, deixou a prisão nesta semana, de acordo com informações divulgadas pela Folha de S. Paulo nesta quinta-feira (26). Ele estava preso há 25 anos por matar três pessoas e ferir outras quatro com uma submetralhadora em um cinema do estabelecimento.
O processo de execução da pena corre em segredo de Justiça. Apesar disso, a publicação teve acesso a decisão da desinternação de Meira, que foi publicada no dia 18 de setembro. Ele cumpria pena no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico de Salvador. O advogado de defesa, Vivaldo Amaral, disse que não iria se manifestar sobre o assunto.
A Justiça citou na decisão as novas diretrizes da política antimanicomial, que apontam que a internação é providência excepcional, admissível apenas quando os recursos extra hospitalares forem insuficientes. Também foi destacado que os peritos do Hospital de Custódia e Tratamento concluíram que o atirador tinha condições de retornar ao convívio social e familiar.
A desinternação deve acontecer pelo prazo de um ano, com a condição dele seguir tratamento extra-hospitalar em rede privada vinculada ao seu plano de saúde, manter bom relacionamento com amigos, familiares e estranhos, e permanecer em recolhimento domiciliar noturno. Além disso, Meira não poderá portar armas, ingerir bebidas alcoólicas, consumir drogas ilícitas ou frequentar bares, casas de jogos e festas populares.
O crime
Em 3 de novembro de 1999, o então estudante de medicina de 24 anos estava em uma sessão do filme “Clube da Luta” no cinema em um shopping no Morumbi. No meio da exibição do filme, ele foi ao banheiro, de onde tirou uma submetralhadora da sacola. Ao voltar para o local, ele disparou dezenas de tiros nos outros espectadores. Ele foi detido pelos seguranças e levado ao Distrito Policial.
Meira foi julgado em 2004, quando foi condenado a 120 anos e seis meses de prisão pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. Três anos depois, a pena foi reduzida para 48 anos e nove meses. Ele cumpria a pena no sistema prisional da Bahia, mas em 2009 foi acusado de tentar matar com golpes de tesoura seu companheiro de cela, o espanhol Francisco Vidal Lopes.