No início da tarde desta sexta-feira (22), a pequena Raquel Antunes da Silva faleceu. A menina, de apenas 11 anos, teve as pernas imprensadas em um acidente na saída do Sambódromo do Rio de Janeiro, na última quarta-feira (20), no primeiro dia de desfiles das escolas de samba.
Segundo informações da Veja, os detalhes do episódio ainda estão incertos, já que versões diferentes vieram à tona. No entanto, é certo que Raquel foi atingida por um carro alegórico da escola de samba Em Cima da Hora, alguns metros após o fim da avenida. Ela foi imprensada contra um poste depois de subir no veículo, que supostamente estava parado.
A alegoria, no entanto, começou a se movimentar e passou ao lado de um poste, em uma trecho estreito da via. Foi neste momento que as pernas da pequena ficaram presas e acabaram sendo dilaceradas. De acordo com comunicado da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) da capital carioca, Raquel foi socorrida às pressas e levada no Hospital Souza Aguiar, localizado no centro da cidade, onde permaneceu desde então. A mãe, Marcela Portelinha, que está grávida, ficou em choque ao saber do estado de saúde da filha.
A garotinha chegou a passar por uma cirurgia e teve uma das pernas amputadas. No entanto, após quase dois dias em estado grave, Raquel não resistiu. A Record TV informou que, além dos ferimentos nas pernas, ela também sofreu um traumatismo no tórax e duas paradas cardiorrespiratórias.
Investigação
Devido às circunstâncias do acidente, a Polícia Civil fez uma perícia de quase duas horas no local da fatalidade e afirmou que irá analisar imagens de uma câmera de segurança, com o intuito de esclarecer de quem é a responsabilidade da tragédia. Até o momento, alguns depoimentos já foram colhidos e a Polícia Civil também se envolveu no caso e apreendeu a alegoria em questão.
O condutor do guindaste e um ajudante foram ouvidos, além de duas testemunhas. A família é aguardada para prestar depoimento e, ainda nesta sexta-feira (22), o presidente administrativo da Em Cima da Hora será ouvido. Já o auxiliar da empresa Carvalhão, que servia como guia do caminhão que puxava o carro alegórico, se apresentará para depoimento na próxima segunda-feira (25).
Repercussão
Segundo o R7, o Ministério Público do Rio de Janeiro apurou que a organização do Carnaval do Rio de Janeiro de fato violou as regras de segurança recomendadas para o evento. Na noite de ontem, o juiz Sandro Pitthan Espíndola, da 1ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso, determinou que as escolas devem escoltar os carros alegóricos para evitar outros casos como o de Raquel, entre outras medidas para aumentar a segurança de crianças e adolescentes nos desfiles.
A Justiça ordenou, ainda, que a Polícia Militar coloque viaturas nas ruas próximas ao Sambódromo e que a Guarda Municipal carioca disponibilize ao menos dois guardas para circulação a pé. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, se manifestou sobre o ocorrido após a confirmação da morte de Raquel. “Vamos acompanhar de perto a investigação policial que apura as responsabilidades e estamos, através de nossa secretaria de Assistência, dando apoio aos familiares. Minha solidariedade neste momento de dor”, declarou o político.
Escolas de samba se manifestam
Após a tragédia, e antes mesmo do falecimento da pequena, a Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Lierj) se pronunciou. Em nota, a organização afirmou: “As ligas das escolas de samba do Rio de Janeiro estão abaladas e se solidarizam com a família de Raquel Antunes”. A associação revelou que uma equipe está acompanhando o caso ao lado da família da vítima e colaborando com as autoridades durante a investigação. “Nesse momento, é preciso esperar a apuração da perícia e autoridades para novos esclarecimentos”, concluiu.
