Sabe aquelas histórias que aquecem o coração? No final de novembro, o motorista por aplicativo Emerson Lima teve um gesto comovente, e adotou uma cadela que seria sacrificada por uma passageira. Já nesta quinta-feira (17), em entrevista ao blog “Bom Pra Cachorro” da Folha de São Paulo, o carioca revelou os detalhes de como tudo aconteceu e agradeceu por essa virada do destino.
Na ocasião, Emerson foi chamado para transportar a passageira de Copacabana até Pavuna, na zona norte do Rio de Janeiro. Logo depois, a mulher pediu se poderia levar também o cachorro. “Perguntei se era grande, e ela só me respondeu que era quietinho”, recordou. “Só pensei o quanto ia sujar meu carro! Mas aceitei, e a mulher ficava me apressando”, contou ele sobre quando a dona entrou no veículo com sua cachorra, da raça samoieda.
Após pararem no banco para que a passageira sacasse dinheiro, Emerson a ouviu dizer no celular que estava decidida a fazer algo, que era para “dormir e não acordar mais”. Foi então que ele passou a cogitar hipóteses. “Nessa hora pensei que podia ser alguma coisa com a cachorra”, pontuou. Com isso, o motorista começou a puxar assunto e descobriu que a cadelinha estava doente.
A mulher contou a Emerson que estava a caminho de uma clínica para sacrificar seu pet, afirmando que o tratamento da doença da cachorra seria muito caro. “Foi quando falei: a senhora não dá o cachorro para mim? Ela disse que iria pensar, mas, segundos depois, falou que era meu”, lembrou ele. Com a decisão, eles retornaram para a casa da passageira, quando ela lhe entregou todos os pertences do animal e disse que não queria mais notícias da cadela.
Na sequência, o motorista seguiu para sua casa e surpreendeu sua família com a nova pet toda peluda, agora batizada de Vida. Aos cuidados de seus novos tutores, a cachorra passou por exames e descobriu-se que ela tinha piometra, uma infecção no útero. De acordo com Emerson, ela já passou por uma cirurgia para tratar do caso – que, inclusive, teria custado o mesmo preço de uma eutanásia. Agora, ela está radiante, saudável e feliz em seu novo lar.
“Assumi esse compromisso, gastei dinheiro, mas ela está viva. Parece que ela sabe que eu a salvei. Onde eu vou, ela vai”, comentou o motorista. Ele ressaltou que está fazendo o que pode para prover os cuidados ao animal. “A gente mora de aluguel em uma quitinete na comunidade. Até fizemos uma vaquinha para ajudar nos custos e quem sabe alugar um espaço maior, porque a Vida é muito grande”, mencionou.
Hoje ele agradece por ter aceitado a corrida. “Deus colocou aquela corrida no meu caminho e eu aceitei levar o cachorrão que sujou meu carro todo. Tinha que acontecer”, declarou. Apesar de tudo, ele não se queixa da passageira que sacrificaria Vida. “Não posso criticar a antiga dona, não sei pelo que ela passou. Mas sei que temos que sempre ajudar o próximo, seja pessoa, seja animal. Ainda mais em uma pandemia”, afirmou ele.
Muita fofura, gente! Confira a entrevista na íntegra aqui.