Mulher com “pior dor do mundo” releva como está após tratamento com bomba de analgésicos

Carolina Arruda segue internada na Santa Casa de Alfenas

Carolina Arruda, brasileira que foi diagnosticada com a neuralgia do trigêmeo, a doença com a “pior dor do mundo”, revelou como tem se sentido após passar por um tratamento no qual ela implantou uma bomba de analgésicos. O procedimento foi realizado no último sábado (17), na Santa Casa de Alfenas.

“Não quero criar falsas esperanças, mas a minha dor diminuiu muito”, contou ela na rede social. O objetivo deste tratamento é complementar os efeitos dos neuroestimuladores já implantados em outra cirurgia, feita no final de julho. “Eu não sei se ela vai ficar assim, mas eu estou com uma dor basal nível 4. Você tem noção disso? Eu estou ficando com uma dor menor. Faz anos, anos que a minha dor não diminui assim”, celebrou Carolina.

Apesar da melhora, a estudante de medicina veterinária ainda analisa a situação com cautela. “Eu não sei se essa melhora é momentânea ou se vai manter assim. Eu não queria que divulgassem como se fosse um milagre, pois eu não sei se vai manter assim. Tanto é que esperei duas horas para ter certeza que ficaria estável por um tempo bom. Enfim, tenham em mente que isso pode ser temporário, pode diminuir mais ou pode voltar a aumentar. Por favor, entendam isso”, concluiu. Assista ao vídeo abaixo:

O médico responsável pelo tratamento, Carlos Marcelo de Barros, afirmou que a bomba de analgésicos administra as medicações especificamente ao redor da medula espinhal. Isso permite com que uma menor quantidade de medicamento alcance diretamente os receptores de dor na coluna vertebral, sem passar pelo sistema circulatório.

“Uma vez que a bomba libera os medicamentos nos receptores da dor diretamente próximos da coluna vertebral, ao invés de viajar através do sistema circulatório, podem aliviar a dor com uma pequena fração em comparação com doses de medicamentos orais”, explicou ele.

Para iniciar, os medicamentos escolhidos para o dispositivo foram a morfina e a bupivacaína, que é um potente anestésico local. Entretanto, os analgésicos podem ser ajustados ao longo do tratamento conforme a necessidade. “Para alguns medicamentos, o uso da bomba aumenta a potência dele em 300 vezes e reduz efeitos colaterais, reduz efeitos adversos, então uma terapia analgésica muito potente, porque ela entrega o remédio diretamente no sistema nervoso central, onde ele precisa agir”, adicionou o médico.

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Jovem chegou a cogitar eutanásia

Carolina buscou um diagnóstico correto por quatro anos, com muitos médicos descartando a possibilidade de neuralgia do trigêmeo bilateral, devido à sua idade. Pesquisas apontam que a doença é mais comum em pessoas com mais de 50 anos e, na época, ela tinha 16.

A jovem chegou a criar uma vaquinha online para ajudá-la a arrecadar o dinheiro necessário para conseguir a autorização para realizar o procedimento de eutanásia na Suíça. “Depois de esgotar todas as opções médicas disponíveis e enfrentar uma dor insuportável diariamente, tomei a difícil decisão de buscar a eutanásia como uma forma de encerrar meu sofrimento de maneira digna. A instituição Dignitas, na Suíça (…) A estimativa é que o total necessário, incluindo os custos de viagem e médicos, ultrapasse 150 mil reais”, explicou, na ocasião.

No entanto, ela conseguiu um novo tratamento que diminuiu bastante os sintomas e dores, fez uma cirurgia, e saiu da UTI sem dor. “Experiência inédita“, confessou. Clique aqui para saber os detalhes.
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