O Caso Evandro: Osvaldo Marcineiro quebra silêncio e fala pela primeira vez sobre acusações: “Trama diabólica”

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Um mês após a estreia do documentário “O Caso Evandro” no Globoplay, o pai de santo Osvaldo Marcineiro, acusado de ser o assassino do menino Evandro Ramos Caetano, se manifestou publicamente pela primeira vez, sobre sua prisão e sessão de tortura sofrida nas mãos de policiais, em 1992. Até então, o condenado se mantinha recluso, por medo de ter que encarar, novamente, o julgamento público.

O texto de Osvaldo foi publicado em um grupo do Facebook chamado “Discutindo o Caso Evandro – Projetos Humanos”, do qual fazem parte os principais personagens dessa trama da vida real, juntamente com o jornalista Ivan Mizanzuk, responsável pelos podcasts que inspiraram a série documental. “Em primeiro lugar, gostaria de pedir desculpa a todos pela minha ausência e por não ter vindo conversar com vocês. Achei mais prudente ficar em off inicialmente, pois não estava me sentindo seguro a respeito disso tudo que está acontecendo”, começou.

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Marcineiro disse ainda que os tantos acontecimentos em sua vida o fizeram perder a fé no ser humano. “Por que em off? Por tudo que me aconteceu, tudo que passei. Me tornei uma pessoa incrédula em certas situações, principalmente em acreditar no ser humano, não acreditava que poderia ter tantas pessoas boas no mundo ainda, ou simplesmente não acreditava mais na mídia”, escreveu ele em parte do relato.

Por fim, o pai de santo reforçou sua inocência diante do caso Evandro: “Meu nome é Osvaldo Marcineiro, filho de Leopoldina Martins Marcineiro e Eduardo Marcineiro, meu grande herói. Sofri muito que essa mentira manchou esse sobrenome tão glorioso da nossa família, e hoje todos podemos dizer sem medo nosso sobrenome. Essa trama diabólica não irá nos afetar mais, pois… SOMOS TODOS INOCENTES”.

O relato completo de Osvaldo foi compartilhado – sob autorização do mesmo – no Twitter do cineasta Aly Muritiba, diretor de “O Caso Evandro”. Confira o texto abaixo:

Quem são os “7 Inocentes de Guaratuba”?

Osvaldo Marcineiro decidiu aderir à campanha “7 Inocentes de Guaratuba”, encabeçada por Beatriz Abagge, uma das sete pessoas que foram presas e torturadas pela morte do garoto Evandro, em 1992. Na época, suspeitava-se que o pai de santo teria usado o corpo do menino durante um ritual satânico, supostamente encomendado por Beatriz e sua mãe, Celina Abagge, que na ocasião era a mulher do prefeito de Guaratuba (PR), Aldo Abagge. Ambas, inclusive, ficaram conhecidas como as bruxas da cidade.

Além do trio, de acordo com o relato policial, teriam participado do suposto trabalho espiritual Vicente de Paula Ferreira, Davi dos Santos Soares, Francisco Sérgio Cristofolini e Airton Bardelli dos Santos. Com o documentário, a história foi esmiuçada e todas as incoerências apontam para um caso de erro da Polícia Militar do Paraná, que teria enquadrado essas sete pessoas como culpadas, antes de uma investigação precisa. Todos eles foram torturados e obrigados a confessarem o crime.