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O pai de uma criança que ingeriu cocaína por engano na Escola Municipal Mariana Silva Guimarães, Itamonte (MG), relatou o pavor ao descobrir o caso. Neste domingo (23), em entrevista à EPTV, o homem disse que foi tomado pelo medo e recordou a reação assustada da filha.
“Ao entrar no carro, a minha filha começou a chorar muito e ela falou: ‘Eu comi, eu engoli. Eu coloquei o pózinho branco na boca que a amiguinha deu e eu engoli’. Quando foi falado que era droga, eu confesso que fiquei sem chão. Só hoje que eu fui voltar ao normal, ficar bem de novo, com a minha cabeça voltando a funcionar, porque bate um desespero”, desabafou o pai, que não quis revelar sua identidade.
A menina e outros 17 alunos tiveram contato com a droga e foram encaminhados imediatamente ao Hospital Municipal de Itamonte. Todas foram examinadas, e amostras de urina foram enviadas ao Laboratório Oswaldo Cruz, em Taubaté (SP). Dos testes realizados, dois foram inconclusivos e os outros tiveram resultado negativo para toxicidade causada por cocaína.
O prefeito João Pedro Fonseca (Pode) explicou porque os exames foram realizados no laboratório de Taubaté. “Uma médica pediu o teste e a gente não tem, é uma cidade pequena, Ligamos em toda cidade vizinha, não tinha. Conseguimos, pela graça de Deus, um laboratório em Taubaté que foi muito solícito”, informou. Itamonte conta com 14,8 mil habitantes.

As crianças tiveram contato com a cocaína na sexta-feira (21), quando uma menina de 4 anos levou a substância para a escola. Segundo a polícia, ela achou que o pó branco fosse um doce e distribuiu para os colegas da sala. Dezesseis papelotes foram encontrados na mochila e na carteira da aluna: sete pacotes estavam lacrados e nove abertos.
À coordenação, a menina teria contado que a droga era de seu pai, que é procurado pelas autoridades. Em meio às dúvidas que surgiram, a própria polícia confirmou que a substância era cocaína. “A Polícia Militar trabalhou em conjunto com a Polícia Civil e, tão logo conseguimos a posse desse material, já encaminhamos para perícia e o laudo pericial confirmou que se tratava de cocaína”, afirmou o tenente Adenilson de Oliveira Rocha.
O episódio gerou indignação na cidade, e familiares da menina que levou o material alegaram estar sofrendo ameaças da população. “Grupos de WhatsApp estão rolando por aí, pediram até o linchamento. Está constrangedora a história”, declarou uma pessoa que não quis ser identificada. Os parentes também contestaram a informação de que os papelotes estariam na mochila da menor de idade.
As aulas na escola municipal seguirão normalmente na segunda-feira (24). A prefeitura, por sua vez, garantiu que está acompanhando as famílias. Até o momento, não foi informado as providências que serão tomadas em relação à criança que estava com a cocaína.
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