PM que jogou homem de ponte em SP é preso, e outro caso polêmico dele vem à tona

Luan Felipe Alves Pereira já matou homem com 12 tiros em 2023

O policial militar que arremessou um entregador de uma ponte durante uma abordagem na Vila Clara, Zona Sul de São Paulo, foi preso na manhã desta quinta-feira (5). Com a repercussão, outro caso controverso de Luan Felipe Alves Pereira, de 29 anos veio à tona. De acordo com o g1, ele já foi indiciado por homicídio. O policial matou um homem com 12 tiros, em Diadema, em 2023.

Segundo apuração da TV Globo, o soldado teve o caso arquivado em janeiro deste ano depois que o Ministério Público se mostrou favorável, alegando que houve legítima defesa do policial durante a troca de tiros.

Luan Felipe trabalha na Rondas Ostensivas com Apoio de Moto (Rocam), no 24º Batalhão de Polícia de Diadema. Ontem (4), a Corregedoria da PM pediu, à Justiça Militar, a prisão dele. Ele foi preso nesta manhã (5).

O pedido partiu da própria Corregedoria, que assumiu o Inquérito Policial Militar (IPM). Outros 12 agentes foram afastados das atividades operacionais desde terça (3). A Justiça Militar também decretou sigilo no inquérito. A defesa do soldado informou à emissora que não vai se manifestar.

Luan foi flagrado em vídeo jogando homem de ponte, em SP. (Foto: Reprodução/Globonews)

A vítima tem 25 anos e foi identificada apenas como Marcelo. Após ser lançado ao córrego, ele recebeu ajuda de pessoas que moram na região. O Jornal Nacional conseguiu contato com o pai dele, Antônio Donizete do Amaral, que fez um desabafo e atualizou o quadro de saúde do filho.

“[Ele] está bem, mas não consegui falar com ele… É inadmissível, não existe isso aí. Eu acho que a polícia está aí para fazer a defesa da população e não fazer o que fez“, afirmou Antônio. O pai também expressou sua indignação. “[Marcelo é] trabalhador. Menino que sempre correu atrás do que é dele. Não tem envolvimento, não tem passagem [na polícia], não tem nada. Eu gostaria de uma explicação desse policial aí e o porquê ele fez isso“, ressaltou.

Continua depois da Publicidade

O pedido de prisão de Luan tem seis páginas e foi assinado pelo capitão Manoel Flavio de Carvalho Barros, encarregado do IPM. No documento, obtido pela TV Globo, o oficial narra o início da ocorrência, com a perseguição a motociclistas. Ele destaca cinco fotos feitas a partir de câmeras de segurança, que mostram a parte final da ação, quando o homem é jogado do alto da ponte.

Ao ser questionado sobre a cena, Luan se reconhece e diz que a “projeção seria realizada ao solo”, ou seja, que o objetivo era jogar Marcelo no chão. Os crimes inicialmente imputados ao soldado são de lesão corporal e violência arbitrária, todos previstos no Código Penal Militar.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que o “caso também é apurado pela Polícia Civil, por meio da Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (CERCO) da 2ª Seccional. Diligências estão em andamento para a oitiva da vítima e o esclarecimento dos fatos”.

Siga a Hugo Gloss no Google News e acompanhe nossos destaques