Polícia aponta 33 contradições em falso testemunho de Flordelis sobre assassinato; Detalhes sobre as versões são revelados — confira!

Após ter anunciado que Flordelis foi a mandante do assassinato de seu marido, Anderson do Carmo, a Polícia Civil revelou que a pastora cometeu, pelo menos, 33 contradições em seu depoimento sobre o caso. Nesta quinta-feira (03), a CNN Brasil obteve acesso ao relatório do delegado Allan Duarte e expôs as diferentes versões que a deputada contou sobre a mesma história.

Para as autoridades, todas as numerosas contradições são indícios de que Flordelis prestou um “falso testemunho” e que ela demonstrou “indisposição em colaborar com a polícia”. Segundo os documentos, quando foi ouvida pela polícia em 21 de maio, a deputada federal deu relatos discrepantes sobre o crime especialmente em dois aspectos: suas memórias sobre a semana do homicídio, e sobre um cofre que estava em sua casa.

Segundo a polícia, Flordelis fez 33 contradições sobre a morte do marido. (Foto: Reprodução/SBT)

Diante da polícia, Flordelis inicialmente afirmou que tinha dificuldades de recordar a semana do crime, porque teria ficado “sedada” após o assassinato. Para tentar justificar a suposta ausência de lembranças, ela ainda relatou que teve isquemia cerebral — um AVC. Entretanto, logo depois, citou “com riqueza de detalhes” as conversas que teve com seus filhos naqueles dias e até mencionou transações de sua igreja, o Ministério Flordelis – Cidade do Fogo.

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Em outro momento, Flordelis se contradisse várias vezes ao falar do desaparecimento do dinheiro de um cofre em sua casa. A polícia relatou que o cofre continha R$ 5 mil em espécie – dinheiro que seria usado para pagar o assassinato de Anderson. A princípio, a deputada disse que o equipamento era de acesso exclusivo dela e de seu marido. Na sequência, mencionou que dois filhos, Misael e André, também tinham a senha.

Após dar versões diferentes da história, a polícia acusa Flordelis de ter prestado falso testemunho. (Foto: Reprodução)

Posteriormente, Flordelis mudou a história novamente declarando que o cofre, supostamente, estava quebrado. Depois, a cantora gospel contou para a polícia que sua filha Marzy — uma das detidas pelo crime — teria confessado o roubo do dinheiro no cofre. Mas as versões não acabaram por aí… Por fim, a deputada falou que o dinheiro nem mesmo estava no cofre, e sim, na mochila de Anderson.

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De acordo com as investigações, Anderson sempre carregava dinheiro em espécie em sua bolsa. Contudo, desde sua morte, a mochila e o celular da vítima simplesmente desapareceram. Sobre as contradições no depoimento de Flordelis, a polícia acredita que elas são apenas desculpas da suspeita na intenção de escapar da acusação pelo homicídio do marido.

Entenda o Caso

Um ano e dois meses após a morte do pastor Anderson do Carmo, as investigações concluíram que a viúva dele, a deputada federal Flordelis, foi a mandante do assassinato. Em 24 de agosto, equipes da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá (DHNSGI) e do Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro cumpriram 11 mandados de prisão e outros de busca e apreensão contra a deputada, filhos e neta do casal e outros familiares.

Segundo a denúncia, Flordelis planejou o homicídio e foi responsável por arregimentar e convencer o executor direto e demais acusados a participarem do crime. A parlamentar também financiou a compra da arma e avisou da chegada da vítima no local em que foi executada. Ela foi indiciada pelo crime de homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, falsidade ideológica, uso de documento falso e organização criminosa majorada.

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No entanto, como tem imunidade parlamentar, a pastora não será presa agora. O processo de cassação de seu cargo já está em andamento. Na próxima semana, o planejamento do presidente da câmara, Rodrigo Maia, é reunir os líderes partidários e a mesa diretora para definir o que fazer. Após o Conselho de Ética analisar a situação, o caso vai para votação no Plenário da Câmara e, então, com a maioria de votos, 257, ela pode ser cassada.

Deputada Flordelis foi acusada de ser a mandante do assassinato de seu marido, o pastor Anderson do Carmo Souza. (Foto: Reprodução)

Por enquanto, outras pessoas já foram levadas pela polícia: Marzy Teixeira da Silva, filha adotiva do casal, Simone dos Santos Rodrigues, filha biológica, André Luiz de Oliveira, filho adotivo, Carlos Ubiraci Francisco Silva, filho adotivo, Adriano dos Santos, filho biológico, Rayane dos Santos Oliveira, neta, o ex-PM Marcos Siqueira e a esposa dele, Andreia Santos Maia. Saiba todos os detalhes, clicando aqui.