Exames detectaram resíduos de arsênio na urina do marido e do filho de Deise Moura dos Anjos. Os resultados laboratoriais ocorrem dias após ela ser presa, suspeita de ter matado três parentes com um bolo envenenado pela mesma substância. O caso ocorreu em 23 de dezembro do ano passado, em Torres, no Rio Grande do Sul.
Os exames de Diego Silva dos Anjos, de 40 anos, e do filho já haviam sido pedidos pelas autoridades após a suposição de que Deise estaria envolvida em uma série de assassinatos. As amostras foram enviadas pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP) para um laboratório do Ministério da Agricultura.
Segundo o jornal Zero Hora, em outubro passado, Diego teve intoxicação alimentar. Dois meses depois, ele passou mal após ingerir suco de manga, que também contaminou o filho do casal. Os agentes acreditam que o arsênio tenha sido a arma utilizada por Deise em todos os crimes, possivelmente motivados por conflitos familiares.
A mulher foi detida preventivamente no dia 5 de janeiro, e levada para o Presídio Estadual Feminino de Torres. Ela responde por suspeita de triplo homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e com emprego de veneno, e tripla tentativa de homicídio duplamente qualificada. No entanto, com as novas evidências, ela também deverá responder por seis tentativas de assassinato.

Deise dos Anjos também está sendo investigada pela Polícia Civil sobre o possível envolvimento nas mortes do sogro, Paulo Luiz dos Anjos, em setembro de 2024, e do próprio pai, José Lori da Silveira Moura, em 2020.
Paulo veio a óbito por suspeita de intoxicação alimentar após ingerir leite em pó levado pela nora. O corpo dele chegou a ser exumado, e o Instituto-Geral de Perícias confirmou a presença de arsênio, reforçando as suspeitas de homicídio. No caso de José, a causa do falecimento foi registrada como cirrose.
A hipótese trabalhada é que Deise tenha envenenado o pai gradualmente, também com arsênio. A polícia ainda considera exumar o corpo para confirmar a suposição.
Bolo envenenado colocou Deise na mira da polícia
A série de tragédias, porém, só ficou em evidência no ano passado com o caso do bolo envenenado. Zeli dos Anjos, sogra de Deise, preparou o tradicional Bolo de Reis para uma confraternização familiar, que acabou com três pessoas mortas. Neuza Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva, irmãs de Zeli, faleceram no dia seguinte, horas depois de consumirem o doce.
Já no dia 25, Tatiana Denize Silva dos Santos, filha de Neuza, morreu no hospital devido ao envenenamento. Matheus, de 10 anos, e Zeli permaneceram hospitalizados, mas receberam alta. Segundo a polícia, o principal alvo da suspeita era sua sogra.
