Polícia prende casal de influenciadores em AL por suspeita de fraude com ‘Jogo do Tigrinho’

Paulinha Ferreira e Ygor Ferreira, foram detidos na manhã dessa terça-feira (25), em detrimento da Operação Game Over

A polícia prendeu o casal de influenciadores, Paulinha Ferreira e Ygor Ferreira, manhã dessa terça-feira (25), em um condomínio em Marechal Deodoro, no Alagoas. Os agentes cumpriram os mandados expedidos pela 17ª Vara criminal de Maceió, em detrimento da Operação Game Over. A ação investiga influencers que incentivam seus seguidores a fazerem apostas no “Jogo do Tigrinho” e similares.

Conforme as autoridades, Paulinha e Ygor foram presos por suspeita de divulgarem contas demonstrativas “viciadas” do jogo online. A Polícia Civil explicou que os divulgadores recebiam de seus intermediadores os acessos adulterados para ganhar sempre e, assim, incentivar os seguidores a fazerem as apostas.

O casal tinha viajado para Dubai e desembarcou na capital alagoana no dia 23 de junho. Foi informado, ainda, que não houve resistência durante a prisão preventiva. Além da dupla, outras pessoas serão ouvidas pela PC.

A Operação Game Over foi deflagrada em 17 de junho e apreendeu R$ 38 milhões em bens dos produtores de conteúdo digital e de seus assessores. A quantia milionária é o montante movimentado desde outubro de 2023, quando as investigações começaram. Carros de luxo, como Porsche e Volvo, um Fiat Fastback, uma lancha, além de joias, celulares, dinheiro em espécie e passaporte foram alguns dos itens recolhidos.

Na primeira fase das apurações, as buscas aconteceram nas residências de quatro influenciadores. Mas, segundo o delegado Lucimério Campos, o número de investigados envolvidos com o “Jogo do Tigrinho” chega a 40.

Paulinha Ferreira e Ygor Ferreira foram presos em operação sobre “Jogo do Tigrinho” (Foto: Reprodução/TV Globo)

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A operação também revelou que os proprietários das plataformas mudam sempre as páginas e links com o objetivo de manter os apostadores. Campos disse que isso ocorre porque as pessoas, ao perceberem que estão perdendo dinheiro, “passam a desacreditar naquela plataforma”.

“Os proprietários, que geralmente são chineses, criam as plataformas e lançam os links de acesso para jogar e o link ‘demo’. Eles exploraram por um tempo e depois derrubaram e criaram outros, que vão mudando o nome”, explicou o delegado.

O “Fantástico” deste domingo (23), trouxe o caso de Paulinha Ferreira como um dos exemplos. Ela ostentava carros importados e contava que tudo tinha sido comprado com o dinheiro adquirido no jogo. Nesta semana, vários desses veículos foram apreendidos. Para o delegado de estelionatos de Maceió, a blogueira faz parte de uma organização criminosa junto com outros 11 influenciadores e agentes, incluindo o marido dela.

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Jogadoras “enganadas”

Até o momento, Paulinha já foi apontada por duas mulheres como a blogueira que apresentou a elas, o jogo de azar. No dominical da TV Globo, a assistente social Maria das Graças Conceição dos Santos desabafou após perder tudo o que tinha com as apostas. Ela chegou a registrar o Boletim de Ocorrência por ter se sentido lesada com as publicações que incentivavam a prática.

“Realmente eu precisava vir, mostrar o rosto. Falar isso para mim dói. Dói muito em mim. Parece que você está brincando, só que nessa brincadeira seu dinheiro vai e você não percebe. Ganhei um pouco e aquilo me animou. Fui colocando dinheiro e comecei a perder. Ela [Paulinha] falou que estava jogando, estava ganhando e quem se cadastrasse naquele link poderia ganhar como ela ou mais”, declarou.

Maria das Graças foi uma das pessoas que perdeu tudo com os jogos online (Foto: Reprodução/TV Globo)

Já em uma entrevista ao UOL nesta segunda-feira (24), outra mulher relatou ter sido vítima do “Jogo do Tigrinho” após ganhar R$ 94,9 mil e não conseguir sacar o valor. Ela disse que abriu uma conta e gastou R$ 400 no ano passado, e contatou Paulinha para relatar o problema. Como sua situação não foi resolvida, a jogadora moveu uma ação contra blogueira por danos morais e ainda tenta resgatar o que ganhou. Leia a íntegra e entenda a história, clicando aqui.

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