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A Polícia Civil e a secretaria de Ordem Pública de Magé resgataram 13 mulheres, nesta segunda-feira (27), que estavam dopadas em uma comunidade terapêutica no município da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. O estabelecimento clandestino fica no bairro Barão do Iriri, e recebia pacientes com dependência química.
As investigações começaram depois que uma mulher fugiu do local e encontrou moradores. Eles, por sua vez, denunciaram o caso às autoridades. A clínica foi interditada de imediato pela Vigilância Sanitária municipal, enquanto as vítimas foram encaminhadas para atendimento médico e acolhimento psicossocial.
Em depoimento, elas reforçaram os relatos de abuso sexual, físico e psicológico. Segundo as mulheres, que têm entre 22 de 60 anos, as famílias pagavam mensalmente R$ 2 mil pelas internações, na tentativa de ajudá-las a deixar a dependência química. A grande maioria não é do Rio e, por esta razão, a Secretaria de Assistência Social do município tem entrado em contato com os familiares e oferecido ajuda.
O resgate
O secretário de segurança de Magé, André Antônio, relatou como foi possível salvar as vítimas. “Ali, as meninas pediram socorro em silêncio. Nos chamaram no canto falando que elas sofreram abuso… Violência sexual e física”, disse à GloboNews. Ele também descreveu qual era a situação da clínica.
Assista:
As 13 mulheres resgatadas de um sítio em Magé, no Rio de Janeiro, que foram dopadas e abusadas, prestaram depoimento nesta segunda-feira (27). As vítimas reafirmaram que sofreram uma série de abusos. Saiba mais com @arturqueir.
Assista ao #J10: https://t.co/bFwcwLpLU9… pic.twitter.com/uxMvHYbxuU
— GloboNews (@GloboNews) January 28, 2025
“Pra este tipo de tratamento, é um local insalubre. Tanto que a nossa equipe de vigilância sanitária interditou o local imediatamente. Algumas [meninas] aparentavam estar sob o efeito de alguma substância. Não dá pra notar se era droga ou algum remédio, mas pareciam estar embriagadas”, concluiu Antônio.
Já Flávia Gomes, secretária de assistência social de Magé, informou como as mulheres serão cuidadas. “Nós faremos toda a triagem, o atendimento delas junto com o CEAM (Centro Especializado de Atendimento à Mulher) aqui do município, e também com as equipes da saúde. Já está sendo feito o contato com as famílias pra que elas venham buscar essas moças”, explicou.
Confira:
Treze mulheres foram resgatadas em um sítio em Magé, na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, em um cenário que parece filme de terror. O caso só foi descoberto depois que uma delas conseguiu fugir e denunciar que as pacientes eram dopadas e abusadas. As vítimas se somam a uma… pic.twitter.com/yN5F25K7zq
— GloboNews (@GloboNews) January 28, 2025
O caso foi levado para a 65ª DP (Magé). Um dos suspeitos foi ouvido pela polícia e liberado. Os responsáveis pela clínica podem responder pelos crimes de sequestro, cárcere privado, abuso sexual e prática ilegal da medicina.
As comunidades terapêuticas são lugares que recebem pacientes com dependência em álcool ou drogas, que se internam de forma espontânea. Elas costumam ser instituições privadas sem fins lucrativos ou com vagas gratuitas. Os locais podem cobrar matrícula, mensalidade, serem financiados por doações ou dinheiro público.
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