Polícia revela quem é suspeito preso por desaparecimento de menina de 14 anos no interior de SP

Jovem saiu de casa na noite de domingo (21) e não deu mais notícias para a família

A polícia de Piracicaba, no interior de São Paulo, prendeu o principal suspeito do desaparecimento da adolescente Victória Lorrany, de 14 anos. Miguel Pereira era vizinho da vítima e foi detido após um corpo com as características de Victória ser encontrado.

A jovem estava desaparecida há mais de uma semana, quando saiu da casa da mãe para comprar um lanche e não voltou mais para a residência. No dia em que sumiu, uma fonte alegou que Victória foi abordada por dois homens em um carro prata. A pessoa declarou ter escutado gritos de socorro e um barulho, que identificou como o disparo de uma arma de fogo. Com a movimentação, a testemunha teria chegado a sair com um pedaço de madeira para defender a menor, mas ela já estava dentro do carro.

Em entrevista à Record TV, Natalie Fernanda, mãe de Victória, descreveu o comportamento de Pereira após o desaparecimento da menina. “Ele passou várias vezes aqui, até parou para perguntar se a gente tinha alguma notícia [sobre a Victoria]. Quando a gente viu que realmente era ele [o suspeito preso], aí que paramos para analisar, que ele passava aqui, dava ‘boa noite’, chegou a conversar com meu cunhado. Só que a gente estava atordoado, eu nunca conseguia prestar atenção em nada. Eu acho que ele fez isso para não levantar suspeita para o lado dele”, contou a mãe.

A prisão ocorreu em Piracicaba, a cerca de 30km de onde o corpo foi encontrado, depois de uma denúncia à Guarda Civil Municipal. Segundo o comandante da GCM, o homem de 42 anos pediu ajuda a um morador da região para se esconder. “Provavelmente, ele contou uma história triste para o proprietário, que é uma pessoa simples, trabalha na zona rural, e acolheu o indivíduo, sem perceber que se tratava de um criminoso. Ele [Miguel] engana o proprietário para ter abrigo e comida”, narrou o agente. A situação só mudou quando a filha do proprietário da casa o avisou que o homem estava sendo procurado pela polícia.

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Pereira já havia sido interrogado, porque câmeras de segurança flagraram que ele foi uma das últimas pessoas que viu Victória antes de seu desaparecimento. Contudo, ele foi liberado na ocasião. Agora, a polícia reuniu novas provas contra o suspeito e espera entender a motivação do crime. “Nós temos provas testemunhais falando que ele estava consumindo crack, bastante crack. E temos algumas imagens inclusive dele e de outras pessoas reunidas fazendo o consumo da droga”, explicou William Marchi, da Delegacia Especializada em Investigações Criminais de Piracicaba.

Menina foi abordada por motociclista antes de sequestro (Foto: Reprodução/Record TV)

Corpo tem características da adolescente

O corpo foi encontrado por um morador da região em uma área de mato baixo, à beira de uma estrada. O homem afirmou que o cadáver estava dentro de um saco preto e parcialmente enterrado em uma cova rasa. Ele ainda exalava um forte odor devido ao estado avançado de decomposição.

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Assim que receberam os chamados, os agentes realizaram uma perícia e acompanharam a retirada do corpo do local, a cerca de um quilômetro da casa da menina. Um parente de Victória reconheceu a vítima. A testemunha descreveu que o cadáver estava usando um vestido parecido ao que a adolescente usava no dia em que sumiu, além de ter piercings na boca e no umbigo, assim como ela.

A identidade do corpo, entretanto, ainda não foi confirmada. Para a equipe que investiga o caso, tudo indica que realmente seja Victória. O laudo oficial deverá sair no mês de maio.

Além do DNA, também será determinado se a jovem sofreu violência sexual. “Ela foi abordada a pé, com violência física. Talvez um ‘mata-leão’, socos. Eu também vou poupar a família de saber alguns detalhes que eu acho que não são necessários, tendo em vista a enxurrada de informações falsas que foram divulgadas nos últimos dias. O que eu posso dizer é que houve violência física na abordagem por um cidadão que estava a pé”, disse a delegada Juliana Ricci, responsável pela investigação.

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