A jornalista Natuza Nery foi ameaçada por um policial civil enquanto fazia compras em um supermercado na região de Pinheiros, em São Paulo, na segunda-feira (30). De acordo com o boletim de ocorrência, o agente abordou a comunicadora questionando se ela era a apresentadora da GloboNews. Em seguida, ele teria xingado e ameaçado Natuza.
O policial, identificado como Arcenio Scribone Junior, disse que a jornalista e a empresa para a qual trabalha são responsáveis pela situação do país. Além disso, ele falou que pessoas como a apresentadora “merecem ser aniquiladas”. Quando o homem já estava no caixa, ele voltou a atacar Natuza com xingamentos.
Arcenio estava acompanhado de uma mulher, que pediu para que ele parasse. Segundo o relato de pessoas próximas, a mulher afirmou que a jornalista só fazia o trabalho dela. O caso chamou atenção de quem estava no local. A Polícia Militar foi acionada. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública estadual afirmou que “diligências foram realizadas no supermercado em busca de imagens do ocorrido e de eventuais testemunhas”.
Em uma conversa inicial com policiais militares, Arcenio negou a ameaça e falou que fez uma crítica ao trabalho da jornalista. Ele disse atuar como investigador. Já na delegacia, o policial declarou que preferia se manter em silêncio. No entanto, ele reafirmou que não cometeu nenhuma infração.
Arcenio foi encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal) para exame de dosagem alcoólica/clínico de embriaguez, toxicológico e cautelar. A Corregedoria da Polícia Civil instaurou inquérito para apurar uma denúncia de ameaça. Além disso, também foi aberta uma investigação administrativa que pode resultar no afastamento do agente.
Nas redes sociais, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF) falou sobre o caso. “O ataque sofrido por Natuza Nery, em razão do simples exercício diário de seu ofício, exige pronta resposta do poder público, em especial dos órgãos de persecução penal”, escreveu ele.
“É de nossa manutenção na pauta civilizatória que estamos a tratar. As democracias dependem do jornalismo profissional; sem ele, não há liberdade de informação e, por conseguinte, liberdade de expressão”, finalizou.
Siga a Hugo Gloss no Google News e acompanhe nossos destaquesÉ de nossa manutenção na pauta civilizatória que estamos a tratar. As democracias dependem do jornalismo profissional; sem ele, não há liberdade de informação e, por conseguinte, liberdade de expressão.
— Gilmar Mendes (@gilmarmendes) January 1, 2025