O presidente da Apae de Bauru, Roberto Franceschetti Filho, foi preso na tarde desta quinta-feira (15), suspeito de estar envolvido no sumiço da funcionária Claudia Regina da Rocha Lobo. A mulher de 55 anos está desaparecida desde a última terça (6). Ela trabalhava há 20 anos na entidade, localizada no interior de São Paulo.
Segundo a Polícia Civil, Roberto foi preso em casa, onde uma pistola calibre 380 também foi apreendida. A arma tem o mesmo calibre de um estojo encontrado no veículo em que Claudia foi vista pela última vez. A corporação acrescentou que o vestígio detectado, até então não classificado pela polícia, foi identificado como sangue.
O suspeito foi conduzido para a Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Bauru e ouvido no final da tarde de ontem. Na mesma noite, ele foi transferido para a penitenciária de Pirajuí (SP). O presidente da Apae prestará depoimento nesta sexta (16), e passará por audiência de custódia.
A investigação corre sob sigilo. Entretanto, o delegado responsável pelo caso, Cledson Nascimento, forneceu algumas informações após a prisão de Franceschetti. Conforme ele, o homem está detido temporariamente, e a polícia faz buscas para encontrar o corpo de Claudia. “Além de esclarecer os fatos, queremos trazer para a família o conforto da localização do corpo de Claudia”, declarou o delegado.
Até o momento, a defesa de Roberto não se pronunciou. Além dele, outros dois homens foram presos, mas a polícia não especificou detalhes do envolvimento de ambos no suposto crime. As autoridades trabalham com a hipótese de que a funcionária tenha sido assassinada no dia do desaparecimento.
Apae se pronuncia
Em nota assinada pela vice-presidente Maria Amélia Moura Pini Ferro, a direção da Apae de Bauru disse que ficou surpresa com o suposto envolvimento de Roberto no caso. A entidade também informou que os atendimentos aos 4 mil usuários continuam normalmente em suas unidades.
“A diretoria executiva vem a público esclarecendo que o fato não tem relação com os serviços prestados”, afirmou a equipe no comunicado. Fundada há 59 anos em Bauru, a Apae oferece serviços e defesa de direitos para pessoas com deficiência, necessidades educacionais especiais e vulnerabilidade social, e conta com 300 funcionários.
O desaparecimento
Claudia Regina da Rocha Lobo foi vista pela última vez no dia 6 de agosto, deixando o prédio onde fica o escritório administrativo da Apae. Câmeras de segurança mostram a secretária executiva caminhando até um carro da entidade, uma Spin branca, com um envelope na mão.
O veículo estava estacionado na Rua Rodrigo Romeiro, e só foi localizado no início da tarde do dia 7, parado na quadra cinco da Rua Alameda Três Lagoas na Vila Dutra, em Bauru.
De acordo com Cledson do Nascimento, a Spin da Apae estava estacionada e a chave foi localizada no quebra-sol do automóvel, que já passou por perícia e será devolvido à entidade. Além disso, o delegado ressaltou que foram encontrados itens relevantes para a investigação no interior do carro.
O veículo ainda foi flagrado por câmeras de segurança transitando pela avenida Nações Unidas, mas não foi possível identificar o motorista. Ao g1, a filha da funcionária, Letícia da Rocha Lobo, relatou não ter notado nada de diferente na mãe no últimos dias.
“Ela disse para a recepcionista que iria resolver umas coisas da Apae e voltava mais tarde e até agora nada”, pontuou a moça. Claudia saiu um pouco antes das 15h, sem levar a bolsa e o celular, segundo informações do site.
Por fim, a Apae lamentou o desaparecimento de Claudia em outro comunicado. “Todo o corpo diretivo tem se empenhado em prestar o máximo auxílio necessário às autoridades competentes, que seguem empenhadas nas buscas por sua localização”, concluiu.
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