Presidente Lula defende democracia em reunião com governadores e faz discurso incisivo sobre atos golpistas: “Não seremos mornos”; assista

Após a reunião, o presidente e os governadores presentes foram até o STF em uma caminhada simbólica

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Nesta segunda-feira (9), o Presidente Luís Inácio Lula da Silva se reuniu com governadores em Brasília para discutir os ataques terroristas na Praça dos Três Poderes, que aconteceram no domingo (8). Na ato antidemocrático, uma minoria radical de bolsonaristas depredou o Palácio do Planalto e os prédios do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF). Durante a reunião, o chefe do Executivo afirmou que o país não vai permitir que a democracia escape das mãos. Além disso, ele declarou que os financiadores dos atos serão encontrados.

Dos 27 governadores, 23 estiveram presentes e 4 enviaram representantes. Lula iniciou o discurso ressaltando a importância da presença de todos ali. “Não sei se vocês conseguem ter  lembrança de qual foi a última reunião em que se juntou 27 governadores de estado aqui em Brasília com o presidente da república. Eu sou capaz de desafiar e ninguém vai lembrar”, iniciou Lula.

“Vocês vieram prestar solidariedade ao país e à democracia. O que vimos ontem foi uma coisa que já estava prevista. Isso já tinha sido anunciado há um tempo atrás. As pessoas que estavam nas ruas não tinham reinvindicação. (…) Essa gente não tem pauta de negociação. A única pauta é negar o resultado das eleições”, destacou ele.

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Presidente Lula reunido com governadores em Brasília. (Foto: Reprodução/ Instagram)

“O que estamos fazendo aqui é tentar reparar um defeito que foi criado lá trás, quando se começou a negar tudo nesse país”, falou Lula. Ele também comentou as falas negacionistas sobre o resultado legítimo das eleições: “Muitas vezes as pessoas mentem uma vez e depois seguem mentindo pra justificar a primeira mentira. (…) Se pudessem roubar na urna, um ex-metalúrgico quase analfabeto não seria eleito três vezes”.

“E depois que o líder saiu do país, as pessoas ficaram sem ter o que fazer e vão pra porta dos quartéis pedir golpe”, observou sobre os apoiadores de Jair Bolsonaro. “Todo mundo aqui sabe quanta gente foi torturada por não aceitar o regime militar. E agora essa gente foi livre pra porta dos quartéis pedir golpe. E nenhum general disse nada. Parece que algumas pessoas estavam gostando disso”, falou ele. “E como nós não fizemos nada, eles fizeram. (…) E aí, depois da grande festa democrática (da posse), fomos pegos de surpresa”, pontuou.

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O presidente também disse que a polícia de Brasília negligenciou o ato. “É fácil ver os policiais conversando com os invasores. No dia da minha diplomação, a polícia acompanhou as pessoas botando fogo nos ônibus e não fez nada”, afirmou. “E esses (presos) provavelmente são massa de manobra. Queremos saber quem financiou, quem pagou. E vocês sabem que sou especialista em acampamento e greve. Não é possível que eles tenham durado tanto tempo sem financiamento”, disse.

O chefe do executivo ainda reforçou que o ato golpista não afetará a democracia do país. “Nós não vamos permitir que a democracia escape das nossas mãos, porque é a única chance de a gente garantir que esse povo humilde consiga comer três vezes ao dia, ou ter direito de trabalhar”, disse Lula. Ele ainda frisou as atitudes que serão tomadas em relação aos terroristas. “Em nome de defender a democracia, não vamos ser autoritários com ninguém, mas não seremos mornos com ninguém. Vamos investigar e vamos chegar a quem financiou”, finalizou. Assista à declaração completa abaixo:

Após a reunião, Lula, os governadores e a presidente do STF, ministra Rosa Weber, foram de mãos dadas em uma caminhada simbólica até o STF. A manifestação histórica foi em solidariedade aos estragos que foram provocados no prédio do poder judiciário brasileiro. Assista ao momento abaixo:

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