Procurador que agrediu colega em São Paulo se torna réu por tentativa de feminicídio; defesa alega “episódio psicótico”

No dia 20 de junho, Demétrius Oliveira de Macedo foi filmado enquanto agredia a procuradora-geral Gabriela Samadello Monteiro de Barros, sua colega de trabalho

Demetrius Procuradora Espancada

Demétrius Oliveira de Macedo, procurador que agrediu Gabriela Samadello Monteiro de Barros, sua colega de trabalho na Prefeitura de Registro (SP), foi acusado formalmente por tentativa de feminicídio. A denúncia foi feita pelo Ministério Público na quinta-feira (23) e aceita pela Justiça de São Paulo ontem.

De acordo com o registro do MP, Demétrius teve “evidente intento homicida” ao espancar a procuradora. “O ataque contra a incolumidade física da vítima e a gravidade dos ferimentos, estampada nas fotos da ofendida, atingida primordialmente no rosto e cabeça, região vital, não deixam dúvidas que Demétrius buscava a morte da vítima“, diz um trecho da denúncia divulgado pelo jornal Estado de S.Paulo.

O documento, assinado pelos promotores Ronaldo Pereira Muniz e Daniel Porto Godinho da Silva, ainda declara que Macedo não consumou o delito “por circunstâncias alheias à sua vontade, qual seja, a interferência de terceiras pessoas presentes na repartição pública, ambiente de trabalho de ambos“.

Após o exame da denúncia, o juiz Raphael Ernane Neves, da 1ª Vara de Registro, concordou com o ministério. “O Ministério Público apresentou descrição suficiente dos fatos criminosos relacionados à ofensa à integridade corporal“, lê-se na decisão, obtida pelo G1.

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Com isso, Demétrius se torna oficialmente réu por tentativa de feminicídio. Agora, ele tem dez dias para apresentar sua defesa prévia. Anteriormente, ele já havia assumido a agressão. “Ele admitiu que agrediu a vítima e alegou que assim o fez por sofrer assédio moral“, afirmou o delegado do 1º Distrito Policial do município Fernando Carvalho Gregório em entrevista à TV Tribuna. Macedo foi preso na capital paulista na quinta-feira (23), quando foi encaminhado para Registro.

Demétrius foi preso em um hospital psiquiátrico, no qual foi admitido pela família devido ao episódio de violência contra a chefe. (Foto: Reprodução/G1)

A defesa do réu também havia dado sua versão sobre o ataque. De acordo com uma nota encaminhada ao portal Metrópoles no domingo (26), Demétrius sofreria com “problemas de ordem psiquiátrica” desde 2020. Ele já teria apresentado episódios de delírios e surtos psicóticos. “É evidente que os acontecimentos do último dia 20/6 ocorreram em novo episódio psicótico, provavelmente com delírio persecutório, em meio ao qual, privado da razão, o procurador lamentavelmente veio a cometer os atos de lesão corporal que merecem o absoluto repúdio da sociedade”, argumenta o comunicado, assinado pelo escritório de advocacia Marco Antônio Modesto.