Uma professora de artes foi demitida após beijar um estudante da Escola Municipal Vereador Felipe Avelino Moraes. O caso aconteceu em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Segundo o g1 nesta quarta-feira (22), a professora de 25 anos admitiu a conduta para uma aluna via mensagem de texto. A denúncia foi feita pela mãe da jovem, que flagrou a mensagem no celular da filha. O menino envolvido no caso tem 14 anos e está no 9ª ano do ensino fundamental.
Nas capturas de tela obtidas pela publicação, a mulher relata que encontrou o jovem e um amigo no mercado. Depois, ele a teria levado em casa. “Amiga, preciso te contar um grande segredo. Só vou contar pra você porque confio. Peguei o ‘fulano’ hoje, agora. Eles me trouxeram para casa, aí aconteceu. Mas a gente só se beijou”, conta. Em outra mensagem, ela admite que gostaria de ‘transar’ com o aluno. “Mas agora vem a pior parte, quero transar com ele. Só o beijo não deu conta”, acrescenta.
No texto, a aluna afirma que seria “estranho” ver o colega dali em diante, sabendo que ele estava se relacionando com a professora. “Ainda vou ‘dar’ pra ele, isso é certeza. Só se vive uma vez! Preciso transar, faz tempo que não transo, vou voltar a ser virgem desse jeito”, diz a professora. “Mano, ele é estranho. Tipo, é foda você olhar para um guri que estuda contigo, sabendo que ele ficou com uma professora”, responde a menina.
A docente foi denunciada à diretoria da escola pela mãe da aluna para quem enviou as mensagens. A partir daí, segundo o g1, a menina teria sofrido ameaças dos colegas. O melhor amigo dela também teria sido agredido por três adolescentes, incluindo o que beijou a professora. Ele foi hospitalizado após levar “chutes e socos”, e chegou a ser constatado um hematoma interno.
Segundo a mãe da vítima, a diretoria da escola permitiu que a professora tivesse acesso ao nome de quem expôs o caso. No relato, Helena Cristina Andria contou que algumas horas após a denúncia, o filho e a amiga foram cercados por sete alunos, mas conseguiram correr de volta para a escola. As mães acionaram a Guarda Civil Municipal e registraram um Boletim de Ocorrência por ameaça no 3º Distrito Policial.
De acordo com ela, o filho foi agredido em 14 de novembro, quando sua carona para a escola não apareceu no local marcado. “Quando ele chegou na esquina de casa, eles já estavam esperando por ele. Foi premeditado”, desabafou. Na época, ela questionou a diretoria da instituição de ensino, mas descobriu que os pais dos responsáveis pelas agressões ainda não tinham sido comunicados.
O menino segue internado, sem previsão de alta. Ele também passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal. “Ele foi agredido por achismo. Eu estou revoltada, indignada. Esses alunos falaram que ele estava apanhando por conta do ocorrido com a professora e ainda falaram o seguinte: ‘Sorte que a sua mãe vai chorar na porta da delegacia porque o certo é ela chorar na porta do cemitério’. No meu ponto de vista, isso é uma ameaça de morte”, destacou Helena.
O advogado Thiago Rodrigues, que representa Helena e o filho, afirmou que também pretende denunciar o caso para o Ministério Público. “A diretora deveria ter tomado cuidado, averiguado a situação e tomado a providência necessária em relação à professora e preservado a criança”, afirmou. Um inquérito policial será instaurado para investigar as agressões.
Em nota enviada ao g1, a Secretaria de Educação de Praia Grande informou que a professora foi exonerada do cargo por má conduta e que a direção da escola reportou o caso ao Conselho Tutelar. A prefeitura também disse que “não compactua com essas atitudes e adotará ações de conscientização para os estudantes, com o objetivo de que novos casos não aconteçam”.