Psicóloga é presa após ser flagrada agredindo criança autista em Minas Gerais; Polícia divulga imagens

Psicóloga agride criança (Reprodução; G1/Arquivo pessoal)

Uma psicóloga foi presa por agredir uma criança autista, de oito anos, em Coronel Fabriciano, município de Minas Gerais. Os pais do menino descobriram as agressões após serem avisados pelo outro filho e assistirem as imagens das câmeras de segurança, que flagraram a ação da mulher. As informações são do jornal O Tempo.

A mãe da criança disse que o filho, além de apanhar, foi proibido de lanchar após errar o desenho de uma figura que representava os alimentos. “Ela apertou o braço dele e ele chorou muito; beliscou a mão dele; apertou o rosto e o arrastou para cima do sofá, como se ele fosse qualquer coisa”, disse a mãe, que soube das agressões pelo irmão gêmeo da vítima.

“O meu filho não fala e uma das atividades que ela desenvolvia com ele era mostrar as figuras que estavam no lanche. Por exemplo, se ele queria o biscoito ele mostrava e ela dava a ele. Na hora do lanche ele errou a figura e ela o agrediu”, continuou. A mãe ainda contou que a psicóloga estava com a família há quatro anos e, além de acompanhar o menino na escola, fazia terapia com ele em casa.

Psicóloga deu beliscões e arranhões na criança (Foto: Arquivo Pessoal)
Psicóloga deu beliscões e arranhões na criança (Foto: Arquivo Pessoal)

Ainda no relato, ela disse que nunca desconfiou de nada e que este foi o primeiro registro de “agressividade” da psicóloga: “Era uma pessoa que eu confiava muito e eu achei que estava fazendo o melhor para meu filho. Que eu saiba nunca teve nada. A gente fica muito triste com o que aconteceu. Meus outros filhos também ficaram muito assustados“. Além dos gêmeos, ela é mãe de uma menina de sete anos. O G1 teve acesso às imagens da câmera de segurança divulgadas pela Polícia Civil, assista:

Os pais fizeram um boletim de ocorrência e, após assistirem ao vídeo, os policiais ainda constataram que o menino apresentava hematomas no braço e demonstrou sentir dor. A psicóloga, de 29 anos, estava em casa quando foi presa. Aos militares, ela informou que é pós-graduada em psicologia e que o procedimento “faz parte do tipo de intervenção necessária no tratamento” que a criança precisa. Ainda segundo ela, os pais sabiam que essa “intervenção deve ser feita de forma enérgica”.

Ao Tempo, o delegado responsável pelo caso, Jorge Caldeira, confirmou que a mulher pode pegar até quatro anos de prisão. “Ficou realmente verificado que essa cuidadora estava praticando violência, lesões corporais contra uma criança de 8 anos diagnosticada com autismo. Ela foi autuada em flagrante e encontra-se presa no presídio de Timóteo, a disposição da Justiça, respondendo por um crime cuja a pena pode chegar a quatro anos”, disse.

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Ainda, o delegado pediu para que os pais se atentem aos sinais dos filhos, principalmente quando os deixam com outras pessoas: “Vale observar o comportamento da criança, filmar a convivência entre cuidadores e esses menores e sobretudo observar o comportamento. As crianças vítimas de violência demonstram muito medo e nervosismo”.

O Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais também se manifestou, garantindo que foi notificado sobre as acusações e “está juntando informações para análise e providências cabíveis”. A reportagem do jornal O Tempo não conseguiu contato com a defesa da psicóloga.