A psicóloga Cristiane Correa Santa Catarina, de 53 anos, detalhou os ataques verbais que teria sofrido de Helcius Pitanguy, herdeiro do renomado cirurgião Ivo Pitanguy. Em entrevista ao jornal “O Globo”, nesta terça-feira (18), ela afirmou já ter sido chamada de “p*ta virgem”, admitiu ter se sentido ameaçada e relatou a dupla personalidade dele.
Cristiane registrou um boletim de ocorrência contra Helcius, acusando-o de injúria e omissão de socorro após ser deixada à deriva na Ilha dos Porcos, em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. O episódio aconteceu no sábado (15), por volta das 17h30, quando ela teria sido hostilizada pelo herdeiro e decidido fugir a remo do local.
Ao site, a denunciante afirmou que seu temor começou na quinta-feira (13), no instante em que o homem a convidou para visitar a ilha. Ela percebeu que Helcius estava embriagado já na saída de sua residência. No dia seguinte, Correa contou que teve um dia tranquilo na mansão dos Pitanguy, mas o cenário “mudou drasticamente” no sábado, quando saiu para encontrar uma amiga.
O grupo de mulheres teria voltado com a psicóloga à Ilha dos Porcos e, horas depois, Helcius disparou as ofensas. “Os xingamentos mais graves começaram depois que amigas que estavam de lancha passaram para conhecer a ilha. Logo que elas foram embora, fui almoçar com Helcius, quando ele disse: ‘Não sabia que as tuas amigas eram todas p*tas. A mais bonita já veio aqui com dez amigos meus diferentes. Pior você que é p*ta virgem, não deixa ninguém te tocar, por isso é pobre’. Eu retruquei, me levantei e bati o prato na mesa, mas ele continuou”, narrou Cristiane.
Os ataques
A psicóloga disse que foi xingada e retaliada pelo amigo de longa data outras vezes. “Somos amigos há 12 anos, só que ele é um sujeito de trato difícil. Portanto, nesses 12 anos têm brechas de 5 anos sem vê-lo. Ele é assim, os amigos o toleram. Já estava acostumada com ele me corrigindo na frente das pessoas, dizendo que como uma psicóloga eu falo errado, já me chamou de biruta e cafona, mas nunca tinha sido dessa maneira”, pontuou.
Contudo, neste fim de semana, a situação teria saído do controle. “A agressividade dele começa quando alguém diz não para ele, quando bebe ou quando ele não se sente o rei das atenções. Ele é muito ofensivo, mas se comporta como um ‘queridão’ entre os amigos até a página que o convém. Parece ter dupla personalidade, mas nunca vi nenhuma violência física”, relatou Cristiane.
A fuga
A mulher, então, recordou o episódio mais recente. Após ser chamada de “p*ta virgem” por Pitanguy, ela decidiu deixar a ilha, mas alegou não ter recebido ajuda dos marinheiros presentes. Desesperada, Correa utilizou um stand-up paddle na tentativa de alcançar o Iate Clube Aquidabã para voltar para casa.
Em depoimento à Polícia Civil, Cristiane declarou que Helcius ordenou que um dos funcionários fosse resgatá-la e confiscasse seus pertences e documentos. Conforme o relato, o barqueiro disse que o patrão exigiu que ele a levasse de volta para a ilha. Já dentro do barco, com a prancha, a psicóloga decidiu pular da embarcação e remar por conta própria para pedir ajuda de terceiros.
Ao ficar à deriva, Correa foi resgatada pelo administrador da Ilha dos Porcos e outro funcionário. A dupla a levou até o Poste dos Pescadores, onde ela pediu um carro de aplicativo para voltar para sua casa na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.
O caso foi registrado na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Angra dos Reis. Testemunhas estão sendo ouvidas e outras diligências estão em andamento para esclarecer os fatos.
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