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Um psicólogo de 30 anos, identificado como Pablo Stuart Fernandes Carvalho, foi preso nesta terça-feira (25) acusado de torturar e realizar “experimentos” em ao menos 16 gatos na região do Gama, no Distrito Federal. Segundo a investigação, o suspeito escolhia apenas felinos com pelagem tigrada.
A prisão foi decretada pela Justiça depois da solicitação da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra os Animais (DRCA) e do parecer favorável do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).
Pablo foi indiciado 16 vezes por maus-tratos a animais, mas a polícia acredita que o número de vítimas possa ser maior, já que novas denúncias continuam surgindo. A pena para cada crime varia de 2 a 5 anos de reclusão.
De acordo com os investigadores, o psicólogo usava um discurso emotivo e de proteção aos animais para ganhar a confiança de protetores e conseguir a posse dos gatos. Após a adoção, os animais desapareciam sem explicação, e o suspeito inventava desculpas enquanto solicitava novos felinos.
Em áudios obtidos pela polícia, Carvalho admite ter realizado experimentos com os gatos e afirma ter passado por um surto, durante o qual abandonou dois deles. Em conversa com uma protetora, ele também menciona já ter trabalhado com experimentação animal, o que reforça as suspeitas de tortura e morte dos bichanos. No entanto, ainda não há informações precisas sobre os métodos usados nos supostos experimentos.
Uma protetora conseguiu resgatar um filhote que estava sob os cuidados do psicólogo. O animal foi encontrado com uma pata quebrada, precisou passar por cirurgia e será colocado para adoção responsável em breve.

O suspeito já havia sido interrogado pela polícia na semana passada, mas permaneceu em silêncio diante das perguntas dos investigadores.
De acordo com o g1, no currículo de Pablo consta que seu principal tema de interesse é a análise experimental do comportamento. O Conselho Regional de Psicologia do Distrito Federal (CRP 01/DF) informou em nota que a inscrição profissional dele está cancelada. “O CRP 01/DF informa que a pessoa em questão não possui registro ativo na região, tendo cancelado sua inscrição junto a este Conselho no ano de 2023“, declarou o órgão.
O jornal Metrópoles entrevistou um vizinho de Pablo, que relatou ouvir sons perturbadores vindos do apartamento dele. “Em uma noite de agosto, minha noiva ouviu uns barulhos estranhos na área de serviço e me chamou. Quando me aproximei, percebi batidas na parede e gritos de gatos“, contou Mateus, fisioterapeuta de 35 anos, que morava ao lado do suspeito.
Mateus afirmou ter encontrado um gato morto com pelagem tigrada próximo ao condomínio e, pouco tempo depois, mais dois corpos de felinos no lixo dos moradores. “Sempre ouvíamos ele dando banho nos bichinhos no fim do dia, entre 23h e 1h. Quem conhece um pouco sobre gatos sabe que banhos constantes são desnecessários e, nesse horário, ainda mais cruéis“, comentou.
O vizinho também relatou xingamentos e gritos durante os supostos “banhos”. “Ele chamava os gatos de ‘desgraçados’, ‘filhos da p*ta’… Era possível ouvir os bichinhos arranhando o box do banheiro, gritando e tentando escapar“, disse Mateus, que decidiu gravar áudios das situações e denunciar à 14ª Delegacia de Polícia (Gama).
O caso segue sob investigação, enquanto a polícia busca esclarecer todos os detalhes sobre os supostos experimentos realizados pelo suspeito.
Ouça o áudio e confira o relato do vizinho na íntegra:
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Áudios angustiantes indicam que psicólogo arremessava gatos na parede
Áudios que revelam sofrimento dos gatos, cadáveres de felinos e depoimentos de vizinhos são novos indícios contra o psicólogo Pablo Stuart
Leia: https://t.co/2d9LElLoRs pic.twitter.com/Q1QemGi7TX
— Metrópoles (@Metropoles) March 22, 2025