Quatro jovens são encontrados mortos dentro de carro de luxo em SC; polícia aponta principal suspeita

Samu e o corpo de bombeiros foram acionados no local

Nesta segunda-feira (1º), quatro jovens foram encontrados sem vida dentro de uma BMW no Terminal Rodoviário de Balneário Camboriú, litoral norte de Santa Catarina. De acordo com informações preliminares da Polícia Civil, as mortes teriam sido causadas por uma falha mecânica que teria levado monóxido de carbono para dentro do veículo.

O delegado Bruno Effori informou que as vítimas ficaram cerca de quatro horas dentro do carro, com o ar-condicionado ligado. “Há necessidade de exames complementares. Mas a perícia apontou uma perfuração no escape entre o motor e o painel do automóvel, e que teria vazado monóxido de carbono para dentro do veículo, que teria causado asfixia e parada cardiorrespiratória nos ocupantes”, explicou Effori.

No automóvel, cuja placa é de Minas Gerais, havia três homens e duas mulheres. Uma delas sobreviveu e foi encaminhada ao exame de corpo de delito. Ela disse à polícia que o grupo estava estacionado na rodoviária da cidade pois queria descansar enquanto tinha trânsito na estrada.

O corpo de bombeiros foi acionado às 7h30 para dar apoio ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que atendia os quatro jovens encontrados desacordados e em parada cardiorrespiratória dentro da BMW. Depois de 40 minutos de procedimentos de reanimação sem resposta, a equipe médica decretou o óbito do grupo.

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A Polícia Militar informou a identificação dos três maiores de idade. O nome do adolescente, por sua vez, foi divulgado nas redes sociais, por familiares e amigos. Gustavo Pereira Silveira Elias tinha 24 anos; Tiago de Lima Ribeiro, de 21; Karla Aparecida dos Santos, de 19; e Nicolas Kovaleski, de 16 anos.

Samu foi acionado para socorrer jovens que já estavam desacordados (Foto: Reprodução/Band)

Causa das mortes

À partir da suspeita de intoxicação por monóxido de carbono, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) esclareceu ao g1 que as moléculas do gás se ligam à hemoglobina – responsável pelo transporte de oxigênio dos pulmões para todo o organismo – presente no sangue. Logo, isso dificulta a circulação e distribuição do oxigênio no corpo, o que pode levar à morte por asfixia.

Segundo o Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), o monóxido de carbono “toma o lugar” do oxigênio no nosso sangue. “O monóxido de carbono é uma substância que se liga à hemoglobina, que é aquilo que transporta o oxigênio para os tecidos. Então, quando ela se liga ao monóxido de carbono, ela impede o transporte do oxigênio, ou seja, impede que o organismo respire, que as células respirem”, afirmou o toxicologista do Fleury Medicina e Saúde, Álvaro Pulchinelli Jr.

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Sintomas

Geralmente, os primeiros sintomas são cansaço e moleza, que podem evoluir para sonolência, torpor e, caso a pessoa não seja socorrida, para um quadro de coma e morte. “Então, é um quadro progressivo, não é de imediato que a pessoa que está exposta ao monóxido de carbono vai ter os sintomas, eles vão num crescente”, explicou Pulchinelli.

Outros sintomas comuns quando o gás é inalado, são: dores de cabeça, tontura, fraqueza, dores abdominais e vômitos, dor no peito e confusão mental.

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