Suspeito de matar estudante da USP na Zona Leste de SP é identificado; vídeo mostra homem seguindo a vítima

Bruna desapareceu no dia 13, após sair da casa do namorado

A Polícia Civil de São Paulo identificou um homem suspeito de ter matado a estudante Bruna Oliveira da Silva, de 28 anos, na Zona Leste da capital. As investigações indicam que ela foi abordada após deixar a estação Corinthians-Itaquera, no dia 13 de abril. O corpo foi encontrado dias depois, com sinais de violência.

A partir de imagens de câmeras de segurança, equipes do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) conseguiram reconhecer o homem, que seria morador da região, mas não conhecia Bruna. Ele aparece nas gravações seguindo a jovem momentos antes do crime.

“Nossas equipes buscam localizar esse homem, que sabemos que é morador da região, mas não conhecia a vítima. Nos vídeos analisados ele aparece seguindo a estudante, depois as imagens não mostram mais nada nem os dois. Suspeitamos que ele a agarrou e a levou para o local onde a matou”, disse Ivalda Aleixo, diretora do DHPP, ao g1.

Bruna havia desaparecido no dia 13, quando saiu da estação Corinthians-Itaquera, e seguia para casa, onde morava com o pai. O corpo dela foi encontrado no dia 17, em um estacionamento próximo à região. Ela estava seminua, com marcas de agressões, queimaduras e sinais de violência. Um sutiã e um saco plástico estavam ao lado do corpo e foram recolhidos para perícia.

O Instituto Médico Legal (IML) ainda analisa o material para esclarecer a causa da morte. Segundo peritos, é possível que Bruna tenha sido agredida, queimada e asfixiada. Os exames que confirmam essas informações ainda não foram finalizadas. Também está sendo investigado se a jovem sofreu algum tipo de violência sexual.

Bruna era mestranda em Mudança Social e Participação Política pela Universidade de São Paulo (USP). (Foto: Arquivo Pessoal)

Inicialmente, o caso foi registrado como “morte suspeita” no 24º Distrito Policial, na Ponte Rasa. Mas diante dos indícios encontrados, a investigação foi assumida pelo DHPP, que passou a tratá-lo como homicídio. “O mais provável é que ela tenha sido assassinada”, afirmou Ivalda.

Bruna era formada em História pela Universidade de São Paulo (USP) e, em 2020, concluiu o mestrado em História Social pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Recentemente, foi aprovada para um novo mestrado na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), onde estudava mudança social e participação política.

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“Minha filha sempre lutou em prol do feminismo. Ela era contra violência à mulher. Ela estudava isso e morreu exatamente como ela mais temia e como eu mais temia. E aí pergunto: ‘por que não fui eu?’. A dor seria bem menor”, lamentou a mãe de Bruna, Simone da Silva, em entrevista à TV Globo. A direção da EACH divulgou uma nota lamentando a perda da aluna: “A direção envia os sentimentos aos familiares e amigos”. 

A USP se pronunciou sobre o ocorrido. (Foto: Reprodução/Instagram)
A USP se pronunciou sobre o ocorrido. (Foto: Reprodução/Instagram)

Bruna deixou um filho de sete anos, de um relacionamento anterior. O ex-marido, o atual namorado e familiares da jovem já prestaram depoimento. As informações vão auxiliar o inquérito conduzido pela polícia.

Bruna ao lado do namorado, Igor (Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal)

“Quando vi que ela não tinha chegado, foi um choque”, disse Igor Rafael Sales, namorado de Bruna. Ele mora no Butantã, na Zona Oeste de São Paulo, e contou que, antes de desaparecer, Bruna esteve em sua casa.

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