Nesta terça-feira (23), o engenheiro João Fantazzini Júnior lamentou a morte de Joca, seu cachorro de 5 anos, por uma “falha operacional” no transporte aéreo da Gollog, empresa da Gol. O Golden Retriever iria do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, para Sinop, no Mato Grosso, no mesmo voo de seu tutor. O pet, no entanto, acabou sendo colocado em um avião que embarcou para Fortaleza, no Ceará. Para o Jornal Nacional, da TV Globo, João afirmou que sua maior dor é saber que o cãozinho sofreu.
Segundo o tutor, foi apresentado à companhia aérea um atestado veterinário que indicava que o animal suportaria uma viagem de duas horas e meia. Com o erro da empresa, porém, Joca ficou quase oito horas completas no trajeto. “Eu sempre vi as mensagens das pessoas sobre os cachorros morrerem nesta situação, mas eu nunca esperava isso, acho que o que mais me dói é saber que ele sofreu lá dentro, porque não é justo ele ter morrido desse jeito”, desabafou.
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Cachorro de 5 anos morre após ser colocado em voo errado pic.twitter.com/oiKVFZFMWR
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Os dois se mudariam para Sorriso, também no Mato Grosso. Ao desembarcar em Sinop, João aguardava o cãozinho quando soube que o animal tinha sido levado para o destino errado. A companhia ofereceu voo de ida e volta de Mato Grosso a São Paulo gratuito, além de hospedagem. Quando desembarcou na capital paulista, o rapaz ficou aguardando o pouso do voo em que o cachorro estava.
O engenheiro já havia sido avisado que o pet tinha passado mal e que um veterinário tinha sido acionado. O profissional, porém, só teria feito a consulta três horas após o desembarque do animal. Joca já estava sem vida quando o tutor o encontrou no canil. “[Disseram que] ele não se sentiu bem no voo, perguntei se ele tinha morrido, e ela não respondeu. Pediram para um veterinário vir, não tinha veterinário lá, nem aqui quando ele chegou”, contou ele.
“Às vezes eu sinto que foi egoísmo meu, que eu poderia tê-lo deixado aqui [em São Paulo], mas sempre fomos eu e ele, sempre. Quando eu saía do meu apartamento, ele ficava me esperando o dia inteiro na frente da porta. Ele era um filho para mim. Eu sempre falei que ele foi a minha melhor escolha e agora ele foi embora. O que mais me mata é que ele não deveria ter morrido daquele jeito que eu vi”, lamentou.
Tutor chora ao desabafar sobre a morte do cachorro Joca parte 1 pic.twitter.com/eChSNt4qRN
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Ainda de acordo com os familiares, Joca ficou cerca de 1h30min na pista de embarque e desembarque, com temperatura de cerca de 36° C, dentro do canil, sem comer. “Não tem ninguém que aguente uma pista aérea com 36°C de sol. Ele fechado na caixa. Não tiraram ele da caixa, ele voltou todo molhado”, lembrou João, chorando. De acordo com o atestado de óbito, Joca morreu por uma “parada cardiorrespiratória à esclarecer”.
“Ele saiu bem, ele voltou morto para mim. Um descaso total lá dentro, porque ninguém falava nada [comigo]. Eles vinham com lanchinho para mim, pra quê que eu vou querer comer? Eles acham que eu preciso que alguém me dê um lanche para comer? O que eu espero é que eles paguem”, completou.
O engenheiro relatou, ainda, que Joca não deve ter se alimentado durante o voo, o que não era uma preocupação inicial, já que o voo seria curto. Fotos do pet em Fortaleza bebendo água através das grades da caixa de transporte por uma garrafa de plástico foram compartilhadas com o tutor pela própria companhia aérea. Para a TV Globo, Fantazzini admitiu que não iria viajar com a Gol inicialmente, mas mudou de ideia quando ofereceram um desconto para transportar o cachorro: de R$ 4.800, para R$ 2.400.
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Em nota, a Gol disse que foi surpreendida pela morte do animal e instaurou uma sindicância interna prioritária para apurar o ocorrido. A empresa afirmou que o cão recebeu cuidados da equipe na capital cearense, e que faleceu logo após o pouso em São Paulo. “Nos solidarizamos com o sofrimento do tutor do Joca. Entendemos a sua dor e lamentamos profundamente a perda do seu animal de estimação”, diz o texto.
A companhia aérea também anunciou a suspensão temporária do serviço de transporte de cães e gatos no porão das aeronaves. A medida entra em vigor a partir desta quarta-feira (24) e durará 30 dias, indo até 23 de maio. Não haverá alteração para clientes que levarem seus pets na cabine do avião.
Leia a nota da Gol na íntegra:
“A GOL lamenta profundamente o ocorrido com o cão Joca e se solidariza com a dor do seu tutor. A Companhia informa que o cão Joca deveria ter seguido para Sinop (OPS), no voo 1480 do dia 22/04, a partir de Guarulhos (GRU), porém, por uma falha operacional o animal foi embarcado em um voo para Fortaleza (FOR).
Assim que o tutor chegou em Sinop, foi notificado sobre o ocorrido e sua escolha foi voltar para Guarulhos (GRU) para reencontrar o Joca.
A equipe da GOLLOG na capital cearense desembarcou o Joca e se encarregou de cuidar dele até o embarque no voo 1527 de volta para Guarulhos (GRU). Neste período, foram enviados para o tutor registros do Joca sendo acomodado de volta na aeronave. Infelizmente, logo após o pouso do voo no aeroporto de Guarulhos (GRU), vindo de Fortaleza, fomos surpreendidos pelo falecimento do animal.
A Companhia está oferecendo todo o suporte necessário ao tutor e a apuração dos detalhes do ocorrido está sendo conduzida com prioridade total pelo nosso time. Nos solidarizamos com o sofrimento do tutor do Joca. Entendemos a sua dor e lamentamos profundamente a perda do seu animal de estimação”.