Nesta quarta-feira (24), a Polícia Civil de Mato Grosso esclareceu os detalhes do assassinato de Raquel Cattani, filha do deputado estadual Gilberto Cattani (PL). De acordo com o Estadão, após investigações, foi revelado que os suspeitos haviam “montado” a cena do crime para aparentar um latrocínio. Contudo, foram identificados como responsáveis pelo homicídio o ex-marido da vítima, Romero Xavier, e seu irmão, Rodrigo Xavier.
Na manhã de 19 de julho, familiares encontraram a produtora rural sem vida, com múltiplos ferimentos por arma branca. Durante a investigação, a polícia observou que a janela do quarto dos filhos da vítima havia sido arrombada. Assim, uma perícia do local foi solicitada, em busca de impressões digitais deixadas por possíveis suspeitos.
Outro detalhe que despertou a desconfiança das autoridades foi o televisor com pegadas visíveis, aparentemente “plantado” propositalmente do lado de fora da casa da vítima. As descobertas fizeram com que a Polícia Civil desconfiasse que a cena do crime tivesse sido “montada” numa tentativa de simular um roubo.
A partir daí, Romero se tornou o principal suspeito, especialmente devido ao comportamento possessivo com a ex-mulher. De acordo com uma testemunha próxima à Raquel, ele não aceitava a separação. Em 15 de julho, quatro dias antes do assassinato, Raquel teria dito à amiga em um desabafo que o ex-marido a ameaçou de morte caso ela não reatasse o casamento.
Ao longo das diligências, a polícia descobriu que o irmão de Romero, Rodrigo, tinha antecedentes criminais, além de um histórico de dependência química – o que reforçou as suspeitas sobre a dupla.
Ambos foram detidos na quarta-feira (24), pouco mais de uma semana após o assassinato da vítima. Na residência de Rodrigo, foram encontrados um frasco de perfume feminino que teria sido levado da casa de Raquel. Além disso, um aparelho de som, um cinto, um porta-celular e uma faca, todos os objetos pertencentes à vítima, também foram apreendidos no local.
Durante depoimento, Rodrigo confessou ser o responsável pelo homicídio, que teria sido encomendado pelo irmão. O rapaz afirmou que foi orientado a levar os objetos para impedir as investigações.
Romero, que na fase inicial da investigação foi descartado como suspeita principal, também foi preso em flagrante. Os irmãos devem responder por homicídio qualificado.
A polícia descobriu que Romero deu carona para Rodrigo após o assassinato. Ele escondeu o veículo perto do sítio que pertencia à Raquel. O mandante ainda almoçou com o ex-sogro e teria chorado pela ex na frente dos familiares da vítima.
Para criar um álibi, Romero chegou a levar os filhos do casal para uma cidade vizinha, Tapurah. Ele também participou de um churrasco no dia do crime. “No período da noite, foi a três boates em Tapurah para reforçar o álibi de que estaria da cidade e, assim, não seria considerado o principal suspeito”, explicou a corporação.
Enquanto o irmão “curtia”, Rodrigo esperava para atacar a ex-cunhada no sítio. “Ao chegar no sítio por volta de 20h da quinta-feira, a vítima foi atacada com uma faca e foi a óbito no local”, disse a polícia. A moto, o celular e a faca do crime foram descartados em um rio da região.
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