Uma criança de 8 anos, diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista, foi arrastada pelos braços por funcionárias de uma clínica especializada em Brasília, nesta quarta-feira (21). O caso aconteceu durante um atendimento na Única Kids, no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA). Imagens de câmera de segurança mostram o menino fugindo do local e atravessando vias movimentadas em frente ao prédio, até ser alcançado e forçado a voltar pelas funcionárias.
O vídeo registra o momento em que duas mulheres conduzem a criança de volta para dentro do prédio. O menino resiste, e outros dois funcionários se aproximam. Em determinado momento, uma das profissionais o segura pelas pernas e o arrasta por vários metros no chão. Assista:
VÍDEO: criança autista é arrastada por funcionários após fugir de clínica especializada no DF
Psicóloga e fisioterapeuta foram levadas para delegacia pela Polícia Militar.https://t.co/qlzhZIGj0d pic.twitter.com/AaQVAlzzNR— Brunno Melo (@BrunnoMeloCBN) May 22, 2025
A mãe do menino, Heloísa Cervo, relatou o choque ao tomar conhecimento da notícia, que chegou até ela por meio de uma amiga. Pedro, seu filho, recebeu o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) aos 3 anos, e estava em tratamento na clínica há mais de dois anos.
“Eu perdi a fala e gelei. Eles só pararam porque a mulher interveio. Ela abraçou ele, conteve ele, com carinho e conseguiram colocar ele para dentro da clínica. É inimaginável. Ele parece um saco de lixo sendo puxado”, contou Heloísa, à TV Globo.

Outra família também relatou ter passado por uma situação preocupante no mesmo local, em fevereiro deste ano. Diana Alves, mãe de um paciente, afirmou ter presenciado descaso durante o atendimento: “Meu filho estava rodopiando e eu fiquei observando se elas iam fazer alguma coisa, mas elas não faziam nada. Uma empurrava para a outra, e ele continuou rodopiando e ninguém dava atenção”.
Após ser acionada pelo pai da criança, a Polícia Militar foi até a clínica e prendeu duas funcionárias que aparecem nas gravações – uma psicóloga e uma fisioterapeuta. Ambas foram encaminhadas à 5ª Delegacia de Polícia, onde o caso foi registrado como maus-tratos. As duas, entretanto, já foram liberadas após o pagamento de fiança de 3 mil reais cada. Até o momento, a clínica envolvida não se pronunciou sobre o ocorrido.
Siga a Hugo Gloss no Google News e acompanhe nossos destaques