Nesta semana, uma cuidadora de 65 anos foi presa em flagrante após agredir um menino com autismo, de 11 anos, em Bento Ribeiro, Zona Norte do Rio de Janeiro. As agressões foram registradas pela mãe da criança através de câmeras de segurança. O caso aconteceu na segunda-feira (12), mas o vídeo foi divulgado pelo SBT nesta quinta (15). Durante audiência de custódia, no dia seguinte ao flagrante, Vera Lúcia Soares França teve a prisão convertida em preventiva.
Para a emissora, a mãe Marcelli de Lima Pereira, que é policial militar, contou que contratou a mulher para ficar com os dois filhos nos dias em que ela estivesse de plantão. Ela relatou que trabalhou na madrugada do domingo de Carnaval (11), e os filhos ficaram com o pai. Quando chegou em casa, já de manhã, pediu para Vera ficar com os meninos enquanto ela dormia.
Nas imagens, os dois aparecem sentados no sofá, quando a cuidadora dá socos na perna do menino que tentava se levantar. Ela chega ainda a aplicar tapas, cotoveladas, chutes, apertões e pontapés na criança. Neste momento, a mulher foi surpreendida por Marcelli, que precisou pegar algo na bolsa. Como justificativa ao ser confrontada, a suspeita teria dito que “esse tipo de brincadeira era comum entre eles”, inclusive com “soquinhos” e “cosquinha” na região genital. A criança tem transtorno do espectro autista de nível 3 e não consegue se comunicar.
Uma cuidadora foi presa depois de ser flagrada agredindo um menino autista. O caso aconteceu em Bento Ribeiro, Zona Norte do Rio. Veja o depoimento da mãe da vítima.
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A mãe disse que pediu para a cuidadora sair imediatamente e passou a analisar as imagens das câmeras de segurança. Ao notar as agressões, ela chamou as autoridades. A mulher foi abordada enquanto entrava em uma padaria e acabou presa em flagrante. “Me senti apunhalada, me senti traída. É uma pessoa de confiança, não é uma pessoa qualquer. Ela me acompanhava há 1 ano e 2 meses, cuidando dos meus filhos sempre. Eu não esperava ver o que vi naquelas imagens”, disse Marcelli.
“Nunca imaginei que eu precisaria estar aqui falando isso. Mas se eu estou aqui, me expondo e expondo meu filho, é não só por ele, mas por tudo que a gente sabe que acontece. Para as pessoas além de ficarem alertas, tem a lei. Espero que ela tenha o que a lei determina para um caso desse”, acrescentou.
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Ao g1, Marcelli relatou sua desconfiança de que o filho tenha sido agredido mais vezes. Segundo ela, o menino era muito ativo e costumava aparecer com hematomas e arranhões, mas nada que chamasse sua atenção. A mãe explicou que, quando a criança aparecia com um “machucado maior”, Vera Lúcia tinha uma explicação “muito coerente”.
Ela lembrou, ainda, que o menino sempre chorava quando a cuidadora chegava. Marcelli, porém, acreditava que a reação era por ela ter que sair para trabalhar.
O caso foi registrado na 30ª DP (Marechal Hermes) e encaminhado à Justiça. A suspeita passou por audiência de custódia na tarde de terça-feira (13). Ao negar o pedido da defesa e converter a prisão em preventiva, o juiz Alex Quaresma Ravache afirmou que existem provas do crime.
“Há prova da existência do crime e indícios suficientes de autoria, materializados nos depoimentos da vítima e testemunhas em sede policial, bem como no laudo de exame de lesão corporal. Em que pese sua primariedade, as peculiaridades do caso concreto demonstram a alta periculosidade da custodiada, que trabalha como cuidadora de crianças”, disse.
“Com efeito, diante dos relatos de agressões constantes contra menor de idade que não possuía capacidade de autodefesa, conclui-se que a prisão cautelar, ao menos por ora, é a única medida efetivamente capaz de evitar a reiteração delitiva, resguardando assim a integridade física da vítima e de outras crianças”, concluiu.
Assista à reportagem na íntegra:
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