A Polícia Civil investiga um caso de agressão dentro do Jardim Escola Arco Íris do Gramacho, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense do Rio de Janeiro. Um vídeo mostra o diretor da instituição, Ananias Nogueira, sacudindo violentamente um aluno de 4 anos contra a parede. De acordo com uma reportagem exibida pelo “RJ TV 2”, as imagens foram gravadas no ano passado e chegaram à mãe da criança apenas nesta segunda-feira (10), por meio de um perfil anônimo nas redes sociais.
Nas gravações, o menino aparece virado para a parede enquanto recebe o acolhimento de uma professora. Poucos segundos depois, Nogueira entra na sala, segura o garoto com força pelo braço, fazendo-o cair no chão. Na sequência, ele o levanta com as duas mãos, o pressiona contra a parede e o sacode repetidamente antes de soltá-lo novamente no chão.
A mãe do menino contou que há meses percebia mudanças no comportamento do filho, que frequentemente chegava em casa chorando e se recusava a ir para a escola. Em abril do ano passado, sem explicação clara, a instituição pediu que ele fosse transferido para outra unidade.
“Me deu uma crise de ansiedade, eu não conseguia chorar, eu só comecei a gritar muito no trabalho porque a gente não imagina que o nosso filho vai estar no colégio e vai estar passando por isso”, relatou a mãe, que preferiu não se identificar.

Ela também revelou que, antes da transferência, a escola entrava em contato com frequência pedindo que buscasse o menino mais cedo. “Todas as vezes que eles entravam em contato, eles sempre falavam: ‘Ah, tem que vir buscar o seu filho agora, ele tá fazendo isso e aquilo!’. É uma revolta, passa mil coisas pela nossa cabeça, eu tentei manter a calma”, desabafou.
Após a mudança de escola, o menino foi diagnosticado com hiperatividade, e a família acredita que a abordagem agressiva dentro da antiga instituição pode ter agravado sua condição emocional.
Veja o vídeo:
Menino de 4 anos é agredido por diretor em escola infantil em Duque de Caxias, no RJ pic.twitter.com/OQfNFzKkfV
— WWLBD ✌🏻 (@whatwouldlbdo) February 11, 2025
Diretor é afastado e escola se manifesta
Com a repercussão do caso, Ananias Nogueira foi afastado da direção da escola, que passou a ser administrada por seus filhos. Em nota, a instituição afirmou que repudia qualquer forma de violência e que já está apurando internamente o ocorrido, além de colaborar com as investigações. A Polícia Civil segue investigando o caso e a família do menino formalizou a denúncia junto ao Ministério Público.
Leia o comunicado na íntegra:
“O Colégio Jardim Escola Arco Íris do Gramacho, por meio de sua Direção, vem a público manifestar repúdio às imagens que vêm sendo propagadas, a respeito da instituição.
Somos uma escola rígida, atenta, de ambiente familiar e religioso, de forma que alegações em sentido contrário, nos ferem de forma severa.
Há 27 anos, educamos crianças e jovens de nossa cidade e região. Assim sendo, reafirmamos nosso compromisso de que essa missão seja bem feita, bem como reiteramos nosso comprometimento em zelar pelo bem-estar e pela segurança de todos os nossos alunos, professores e tomar conhecimento sobre um suposto caso de agressão, por parte de um colaborador, a um aluno, adotou medidas necessárias, que resultaram no afastamento do referido colaborador.
A ocorrência está sendo investigada com o apoio do Conselho Tutelar. Desta forma, faz questão de ressaltar que não tolera todo e qualquer ato de violência, sendo essa questão de valor, assim como o acolhimento à vítima.
Informamos ainda que já foi instaurado processo para apuração e sanções disciplinares. A escola é contra quaisquer manifestações de violência física que envolva a comunidade discente, por parte de seus membros e/ou direcionadas a qualquer um deles. A escola reitera que qualquer tipo de violência é inaceitável, por se contrapor a valores fundamentais ensinados na própria escola.
Nossa escola é lugar de convívio saudável, diálogo, tolerância e coexistência pacífica entre pessoas das mais diversas orientações políticas, religiosas, de gênero, classe, raça e etnia, por isso não se furtará a adotar as ações cabíveis em relação a esse ou quaisquer outros episódios que representem risco à integridade física ou psicológica de membros de sua comunidade”.
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