Vídeo: Influenciadora denuncia transfobia em sessão de ‘Wicked’ em SP, e mulher se retira após revolta do público; PM é acionada

Produção e protagonista da peça se manifestaram e repudiaram o caso

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A influenciadora Malévola Alves afirmou que foi vítima de transfobia durante uma sessão da montagem brasileira de “Wicked“, na noite desta quarta-feira (26), em São Paulo. Ela revelou ter sofrido ofensas preconceituosas por parte de uma mulher na plateia, que foi vaiada até ser convidada a se retirar do evento.

A conta do espetáculo no Instagram informou que o episódio começou no foyer do Teatro Renault. “O problema se estendeu para dentro da plateia, até que, sob forte pressão do público, a pessoa denunciada por transfobia se retirou do teatro“, declarou. O caso fez com que a montagem do musical atrasasse cerca de 18 minutos.

A Polícia Militar foi acionada e, de acordo com o comunicado do musical, “dará prosseguimento às medidas de investigação criminal cabíveis ao caso“. Em registros compartilhados nas redes sociais, Malévola afirmou: “Eu fui vítima de transfobia por aquela mulher. Ela me chamou de homem“.

Em seguida, a influenciadora ecoou gritos de “Tira” e “Fora”, que foram entoados pela plateia. Alguns vídeos também mostram vaias contra a mulher e a mesma se retirando do teatro. Um representante do espetáculo subiu ao palco para pedir desculpas ao público pelo atraso e repudiou ataques transfóbicos.

Confira:

Nas redes sociais, o musical também repudiou o episódio de transfobia. “A produção brasileira de Wicked repudia qualquer forma de transfobia e LGBTQIAPN+fobia e reafirma seu compromisso com a inclusão, o respeito e a diversidade. A história de Wicked celebra a aceitação das diferenças e a luta contra preconceitos, valores que também defendemos fora dos palcos. Nosso espetáculo é e continuará sendo um espaço seguro para todas as pessoas, independentemente de identidade de gênero ou orientação sexual. Acreditamos que o teatro deva ser um ambiente de acolhimento e representatividade e não toleramos qualquer discriminação em nenhuma de suas formas“, garantiu.

Veja:

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Atriz se manifestou

Fabi Bang, intérprete de Glinda no musical, foi às redes sociais e falou sobre o caso. Em vídeo, ela revelou que a situação “acabou da pior forma possível“. “Antes do show começar, a gente teve um um episódio de transfobia no foyer do teatro, acho que na fila da pipoca. Tanto a vítima quanto a pessoa que cometeu ato transfóbico sentaram na plateia, só que a própria plateia estava se manifestando muito para que essa pessoa saísse da sala do espetáculo, porque realmente essa mensagem e essa postura são totalmente contra a história que a gente está contando“, explicou.

Segundo Fabi, os seguranças tentaram fazer com que a mulher se retirasse, pois o espetáculo não começaria enquanto ela não saísse do teatro. “Não sei, na verdade, o que a levou a se levantar, mas imagino que a vítima tenha acionado a polícia e, talvez se a agressora não saísse por bem, talvez teria que sair por mal, esperando a polícia chegar. Então, ela resolveu sair… e esse, agora, é um ponto da história que me entristeceu muito, além, claro, do ato de agressão. Essa agressora estava acompanhada de uma criança, que eu imagino que tenha seus 10/11 anos de idade“, revelou.

Imagino que a criança estivesse envergonhada de estar passando por aquela situação, de estar diante de dois seguranças com um teatro inteiro querendo a saída da mãe dela, suponho eu que seja mãe, e quando a mulher resolveu se retirar, a criança se levantou junto. Eu estava espiando pelo pelo buraco da fechadura, praticamente. A criança se levantou junto e o teatro inteiro estava gravando a situação, até que a criança colocou a mão no rosto e chorou copiosamente de vergonha. Me entristece muito toda a situação, principalmente isso acontecendo dentro de um ambiente como uma sala de teatro, em um ambiente onde nenhuma intolerância é bem-vinda, onde a gente está contando uma história que é exatamente uma que nos faz refletir sobre a intolerância alheia e sobre a nossa própria intolerância e ignorância às vezes. E eu vi aquela criança chorando envergonhada“, declarou.

Bang desejou que a criança “não seja refém desse comportamento hostil e intolerante da mãe dela” e que a vítima, Malévola, “seja indenizada“. “Ou que a Justiça minimize, de alguma forma, o sofrimento e o constrangimento da vítima, e que essa criança supere a noite de hoje, que poderia ser apagada na vida dela. E fica uma mensagem: primeiro que transfobia nem pensar. E segundo que a pessoa que vem assistir a um espetáculo como ‘Wicked’ e tem um ato como esse, ela não sabe o que que está fazendo da vida dela. Ela não entendeu nada“, completou.

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