Um avião de pequeno porte derrapou e saiu da pista do Aeroporto de Congonhas, neste domingo (9). O acidente aconteceu depois do pneu do trem traseiro estourar durante o pouso. As câmeras de monitoramento do local flagraram o exato momento em que o piloto perde o controle da aeronave.
Nas imagens, publicadas no canal do YouTube “Clima Ao Vivo”, o jatinho apareceu escorregando na pista enquanto soltava fumaça. De acordo com o UOL, a aeronave chegou próximo da área que separa o aeroporto da avenida Washington Luís, e estava com a velocidade reduzida quando conseguiu passar primeiro pelo gramado perto da pista. Assista ao vídeo completo abaixo:
De acordo com a Infraero, a aeronave, que pertence a uma empresa de Belo Horizonte, estava com a documentação regular. Além disso, durante o acidente, ela transportava dois tripulantes e três passageiros. Ninguém se feriu. Já o site RadarBox, que monitora a trajetória dos voos, informou que o veículo partiu de Foz de Iguaçu às 12h15 e chegou em Congonhas às 13h30.
A pista ficou interditada até às 22h18, quando o jatinho foi retirado do local. Com isso, pelo menos 140 voos foram cancelados – 73 partindo e 67 chegando ao Aeroporto de Congonhas. Excepcionalmente neste domingo, as operações aéreas foram estendidas até 1h da manhã. O Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes), órgão do Comando da Aeronáutica, está conduzindo as investigações sobre as causas do acidente.
Nesta segunda-feira (10), a Infraero emitiu uma nota comunicado que a retirada da aeronave era de responsabilidade da empresa dona do jato. “O processo de retirada de uma aeronave do local do acidente é de responsabilidade do proprietário do equipamento, conforme Código Brasileiro de Aeronáutica, Art. 88-Q: “O dever de remoção de aeronave envolvida em acidente, de destroços e de bens transportados, em qualquer parte, será do explorador da aeronave, que arcará com as despesas decorrentes. (Incluído pela Lei nº 12.970, de 2014)”, afirmou.
Investigação do acidente
O Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA IV), localizado em São Paulo (SP), órgão regional do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), foi acionado para analisar o caso. “Na Ação Inicial são utilizadas técnicas específicas, conduzidas por pessoal qualificado e credenciado que realizam a coleta e confirmação de dados, a preservação de indícios, a verificação inicial de danos causados à aeronave, ou pela aeronave, e o levantamento de outras informações necessárias ao processo de investigação”, disse a SERIPA IV em nota.
Segundo o g1, um áudio que está circulando nos grupos de pilotos, apontou que houve falha no freio e uma tesoura de vento no momento do pouso – quando há uma mudança brusca na direção e velocidade do vento em uma curta distância, o que pode levar a um efeito cortante. No vídeo divulgado também é mostrado que o controle do tráfego aéreo indicou alteração na direção dos pousos. A publicação afirmou que, de acordo com especialistas, esta é uma mudança comum quando o vendo impacta a operação.
Restrição de aviões de pequeno porte
Em nota, a Associação Brasileira das Empresas Aérea (ABEAR) destacou a importância de restringir a operação de aviões de pequeno porte no Aeroporto de Congonhas por causa do acidente. De acordo com a Associação, o intuito da medida é “agilizar a recomposição da malha nacional e atender os milhares de passageiros que precisam ser transportados”.
A ABEAR também comunicou que a restrição é uma preocupação antiga. “Em 29 de setembro, enviamos ofício à Infraero recomendando a adoção definitiva dessa medida, visto que os impactos causados por incidentes na pista principal de um aeroporto de grande porte impactam milhares de passageiros em todo o Brasil”, afirmou.
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