Mais de 20 anos após perder o pai assassinado, a escrivã Gislayne Silva de Deus fez parte da operação da Polícia Civil de Roraima que prendeu o homem acusado de ter dado o tiro à queima-roupa. Raimundo Alves Gomes foi preso nesta quarta-feira (25), em Boa Vista, e estava foragido desde 2016. As informações foram publicada pelo g1 nesta quinta-feira (26).
“A sensação que eu e a minha família temos hoje é de que a justiça foi feita e que a gente finalmente vai ter paz“, disse a escrivã ao portal. Raimundo foi julgado em 2013 pelo Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR), 14 anos depois do crime, e foi condenado a 12 anos de prisão.
Foragido desde 2016, ele passou por uma audiência de custódia nesta quinta (26), que manteve a prisão, e foi encaminhado para o sistema prisional do estado. “Foi através de mim que o senhor está aqui. O senhor vai pagar, nem que seja minimamente, mas vai pagar“, proferiu Gislayne, no momento da prisão.
Assista ao momento:
O assassinato ocorreu em 1999, quando Gislayne tinha apenas 9 anos. Givaldo José Vicente de Deus tinha 35 anos e estava em um bar, quando levou um tiro durante uma briga, por conta uma dívida de R$ 150 com Raimundo. O suspeito fugiu em seguida.
Em 2007, ela começou a cursar direito e, sete anos depois, se tornou advogada. Sem pretensão, prestou concurso para policial e foi aprovada, o que despertou ainda mais a vontade de ver o assassino de seu pai preso. “Quando eu era [policial] penal, eu imaginava sempre ele chegando lá para cumprir a pena dele“, afirmou.
Ao entrar na Polícia Civil, em julho deste ano, a policial pediu especificamente para ser lotada na Delegacia Geral de Homicídios (DGH), onde reuniu informações sobre o paradeiro do homem e localizou o último mandado de prisão, expedido em 2019 pela Justiça de Roraima. A prisão, feita por policiais da Delegacia Geral de Homicídios, aconteceu na quarta-feira (25), em uma área de chácaras no bairro Nova Cidade.
“Isso não vai trazer nosso pai de volta, mas ele [o assassino] vai cumprir a pena que deveria ter cumprido há muitos anos“, declarou Gislayne. Para ela, a condenação de Raimundo é um mérito da família. “Essa nossa participação de buscar, ir atrás, não deixar ele ficar impune já tem um bom tempo. Se nós não estivéssemos lá não teria tido júri e o promotor teria pedido absolvição. Então, a condenação foi em razão da gente não deixar realmente passar impune“, revelou a escrivã.
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