Um caso bem inusitado aconteceu no Miss São Paulo Internacional, um dos maiores eventos de beleza do país. De acordo com informações divulgadas pelo jornal O Globo nesta quinta-feira (28), a organização do evento foi surpreendida por uma tentativa de fraude inesperada: a inscrição de uma candidata criada inteiramente por inteligência artificial.
O perfil foi todo elaborado com fotos e vídeos gerados digitalmente para simular uma pessoa real e burlar as etapas da seleção online. A organização explicou que a suposta candidata mantinha perfis ativos nas redes sociais, interagia com outras concorrentes nos comentários e apresentava imagens em cenários realistas.
No entanto, a suspeita apareceu quando a equipe notou inconsistências em um vídeo de apresentação, além da ausência de registros reais em eventos físicos anteriores. “Nosso processo seletivo é rígido, mas jamais imaginávamos que uma IA tentaria disputar uma faixa. Era um rosto perfeito, corpo natural, presença digital ativa, só que não existia”, contou Eduardo Graboski, diretor do Miss SP.
“Ela declarou ter participado de outros concursos, mas não tinha nenhuma foto nos eventos. A equipe desconfiou nesse momento”, continuou ele. A fraude foi identificada com o apoio de um especialista em inteligência artificial que percebeu que as imagens enviadas usavam o corpo de uma modelo norte-americana, com o rosto substituído por um avatar gerado por IA.
Outras alterações mais sutis, como a remoção de tatuagens, também foram detectadas. A inscrição foi feita em nome de uma representante de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo. Ela, inclusive, chegou a ser pré-selecionada para entrevistas virtuais. O nome da pessoa por trás da tentativa de fraude não foi divulgado. Entretanto, a organização confirmou que tomará medidas legais.
Devido a esse caso, o Miss SP enviou alertas para os seus coordenadores regionais e anunciou seletiva mais rigorosa. A partir de agora, além de enviar documentos pessoais, fotos e vídeos, as candidatas passarão por uma entrevista ao vivo por videochamada com a equipe do concurso. A inscrição também precisará ser assinada digitalmente via o aplicativo Gov.br.
“É uma camada a mais de segurança. Estamos certos de que foi um caso isolado, que não atinge a transparência e seriedade do concurso. Pode ser engraçado agora, mas levanta uma discussão séria sobre os limites da tecnologia na representação da beleza humana”, finalizou Graboski.
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