Elon Musk desiste de comprar o Twitter, revela motivo, e empresa promete briga na Justiça

Após a polêmica, o Twitter se pronunciou sobre o assunto e revelou que planeja entrar com uma ação judicial contra Musk para garantir que o acordo seja cumprido

É, parece que Elon Musk não vai dominar o mundo, ops, o Twitter, afinal! Nesta sexta-feira (8), o CEO da Tesla anunciou sua desistência da compra da rede social. Em carta, o magnata afirmou que a empresa por trás da plataforma estaria “violando” sua proposta, pois falhou ao fornecer informações críticas sobre contas de spam.

Na carta registrada na SEC (a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA), o advogado de Musk, Mark Ringler, apontou que a empresa fez “representações materialmente imprecisas”, se referindo às declarações preliminares de Musk sobre as contas falsas. Ele continuou, dizendo que o Twitter não forneceu informações suficientes sobre o bot e contas “fantasma”, nem deu a Elon e sua equipe dados suficientes para realizarem sua própria investigação. Ele já havia destacado a questão em uma carta separada, publicada em junho.

“Em suma, o Twitter não fornece as informações solicitadas por Musk há quase dois meses, apesar de seus repetidos e detalhados esclarecimentos destinados a simplificar a identificação, coleta e divulgação do Twitter das informações mais relevantes requeridas nas solicitações originais de Musk”, disse o comunicado.

“Embora o Twitter tenha fornecido algumas informações, essas informações vieram com restrições, limitações de uso ou outros recursos de formatação artificial, o que tornou algumas das informações minimamente úteis para Musk e seus assessores. O Twitter falhou ou se recusou a fornecer as informações”, acrescentou Ringler.

Elon também afirmou que algumas decisões – incluindo saídas de executivos importantes, demissões e congelamento de contratações – foram tomadas sem sua opinião ao longo dos meses de negociação, o que ele também insistiu ser uma violação do acordo proposto para a aquisição.

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Após a polêmica, Musk teria tido acesso aos dados do Twitter, e, mesmo assim, não conseguiu comprovar o número exato de perfis falsos. A informação é do The Washington Post. Após a desistência, as ações da rede social caíram 4%. O veículo afirmou, ainda, que segundo pessoas familiarizadas com esse tipo de transação, o acordo estava em sério risco por conta da imprecisão e falta de comprovação da quantidade de contas comandadas por robôs.

O jornal ainda apontou que Musk estava convencido que o número de contas falsas é muito maior do que o informado pelo Twitter. O presidente-executivo da rede social, Parag Agrawal, insistiu que a plataforma suspende mais de meio milhão de contas “falsas” diariamente, antes mesmo de serem vistas, e bloqueia milhões por semana que não passam nas verificações para garantir que sejam controladas por humanos e não por um software. Mesmo assim, a equipe de Elon demonstrou dúvidas sobre os números de spam, o que indica que eles acreditam que não têm informações suficientes para transformar o Twitter em um negócio.

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Twitter responde às acusações

Após a polêmica, o Twitter se pronunciou sobre o assunto e revelou que planeja entrar com uma ação judicial contra Musk para garantir que o acordo seja cumprido. Na rede social, Bret Taylor, presidente do conselho da plataforma, reforçou a intenção de seguir em frente com a venda e disse ter certeza de que venceria qualquer embate na Justiça contra o magnata.

“O Conselho do Twitter está comprometido em fechar a transação no preço e nos termos acordados com o Sr. Musk e planeja entrar com uma ação legal para confirmar o acordo de fusão. Estamos confiantes de que prevaleceremos no Tribunal de Chancelaria de Delaware”, escreveu Taylor.

A desistência de Musk ainda deve render uma série de atritos públicos. Isso porque, no acordo inicial de compra, o dono da Tesla concordou que pagaria US$ 1 bilhão ao Twitter caso desistisse da aquisição. No entanto, como nota a CNBC, a empresa pode conseguir que o bilionário pague o prometido (US$ 44 bilhões) ou uma quantia ainda mais exorbitante pela quebra do acordo. Vixe, ainda tem muita água para rolar debaixo dessa ponte!