A morte de Peanut, um esquilo popular nas redes sociais, pelas mãos das autoridades de Nova York, levantou dúvidas sobre a necessidade do procedimento. O animal, que vivia domesticado há sete anos com seu tutor Mark Longo, foi sacrificado para testes de raiva depois de supostamente morder um dos agentes durante sua apreensão. Nesta terça-feira (5), no entanto, especialistas analisaram o caso.
O doutor Edward R. Rensimer, que estuda doenças infecciosas em animais com risco de raiva, disse ao TMZ que as ações contra Peanut podem ter sido precipitadas. Ele apontou que, de acordo com as diretrizes dos especialistas, esquilos não são considerados portadores ou transmissores da raiva, e não há registros de esquilos transmitindo raiva para humanos.
De acordo com Rensimer, a condição de vida de Peanut, confinado dentro de uma residência e longe do contato selvagem, tornava ainda menos provável que ele portasse a doença. Apesar do esquilo ter mordido Mark várias vezes ao longo dos anos, nunca foram observados sinais de raiva nele ou no dono.
O médico destacou que havia alternativas ao teste de raiva, que exige a eutanásia do animal para ser realizado. Uma possível solução seria colocar Peanut em quarentena e administrar a vacina contra raiva à pessoa mordida, em vez de optar pela medida extrema tomada.
A situação gerou indignação em Mark, que critica a forma abrupta como as autoridades lidaram com o caso. Os resultados dos testes de raiva realizados em Peanut ainda não foram divulgados pelas autoridades, aumentando as dúvidas e a frustração quanto ao desfecho do caso.
Autoridades locais se manifestam
Apesar do caso ter viralizado nas redes sociais e ter alcançado números surpreendentes com campanhas de arrecadações e petições, o supervisor da cidade, George Richter, falou ao TMZ que está alheio à repercussão e expressou desinteresse em intervir.
Segundo Richter, ele não estava ciente da “saga do esquilo” e afirmou não ter intenções de entrar em contato com a governadora Kathy Hochul ou com as agências responsáveis pela apreensão e eutanásia dos animais. “Não vou ligar para a governadora por causa de um esquilo morto. Ela não faria nada de qualquer maneira”, declarou Richter.
Já a deputada estadual Rodneyse Bichotte Hermelyn, conhecida defensora dos direitos dos animais, apoiou as ações dos agentes da Conservação Ambiental do Estado de Nova York (DEC).
Entenda o caso
Peanut vivia há sete anos com Mark Longo, que o resgatou depois de encontrar o esquilo filhote próximo à mãe, que havia sido atropelada. Longo relatou que cuidou de Peanut até que ele estivesse saudável o suficiente para voltar à natureza, mas o esquilo retornou à sua casa com um pedaço da cauda cortado, aparentemente resultado de um ataque de outro animal. Desde então, Peanut permaneceu sob os cuidados de Longo, que passou a compartilhar o dia a dia do esquilo nas redes sociais, conquistando uma base de seguidores e fãs do roedor.
Contudo, no final de outubro, o DEC realizou uma ação em Pine City, Nova York, onde Longo mora, alegando que havia recebido denúncias de “condições inadequadas e inseguras no alojamento dos animais e possíveis riscos de transmissão de raiva”. Além de Peanut, um guaxinim chamado Fred também foi apreendido. Segundo o DEC, a decisão de sacrificar ambos os animais se deu após um dos oficiais responsáveis pela apreensão ter sido mordido por Peanut, o que, conforme o DEC, justificaria a necessidade de testá-lo para raiva. Relembre os detalhes, clicando aqui.