[Alerta de conteúdo sensível] Timothy Murphy-Johnson, um designer que era conhecido como “o marido mais gentil dos Estados Unidos” por viralizar com uma lista de 15 motivos pelos quais amava sua esposa, Molly, agora é acusado de ter assassinado a mulher em 2017. A suspeita começou após ele ter sido recentemente condenado à prisão perpétua por drogar e manter uma jovem de 16 anos em cativeiro.
Segundo o jornal The Times, os dois se conheceram em 2012 no site de namoro OK Cupid. A imagem viral foi compartilhada em 2015 e dizia que Molly era sua “melhor amiga” e “nunca desistia de si mesma ou dele”.
No entanto, o que começou como um conto de fadas logo se transformou em uma história perturbadora. Amigos e familiares começaram a ficar preocupados depois que Molly compartilhou experiências de abuso, incluindo ameaças de morte. Ela contava que o marido planejava matá-la e fazer parecer que seria um suicídio.
A mulher tentou abrir um processo contra o marido, mas terminou retirando as acusações. “Ele ameaçou me matar (e fazer parecer suicídio)… me agrediu fisicamente chutando minhas costas/estômago, socando minha cabeça/braços, me empurrando para baixo e roubando minha bolsa, dinheiro e telefone para me impedir de fugir”, revelou o documento do tribunal.
Anna-Marie Anderson, amiga de infância de Molly, reforçou essas afirmações em uma entrevista, sugerindo que a mulher poderia ter sido forçada a consumir as drogas que levaram à sua morte. Após a conclusão de sua graduação na Universidade Estadual de San Jose, Molly começou um mestrado, mas desistiu para seguir o marido em São Francisco, onde ele começou um novo emprego. Segundo Bob Gelman, pai de Molly, houve momentos em que ela buscou escapar dessa relação tóxica.
Mais tarde, Molly se internou em um hospital psiquiátrico em uma tentativa de fugir do marido. Segundo o pai, ela foi forçada a deixar o emprego quando não conseguiu mais esconder os sinais físicos de abuso. “Ela me disse que ele a estava cafetinando e a forçando a fazer sexo com outros homens por dinheiro”, contou Gelman. Além disso, vídeos da vítima foram encontrados em sites de conteúdo adulto sob descrições degradantes. Ela chegou a documentar os abusos que sofreu e expressou o desejo de se divorciar, mas contava que se sentia ameaçada por Timothy, que, segundo ela, estava se tornando cada vez mais perigoso e imprevisível, principalmente por utilizar drogas.
Morte suspeita
Molly foi encontrada morta em seu quarto, em 16 de dezembro de 2017. Embora o marido tenha alertado a polícia e declarado no Facebook que sua morte foi devido a uma “doença mental”, a necrópsia categorizou o caso como uma overdose acidental, apesar dos níveis de fentanil em seu sistema serem anormalmente baixos para um suicídio. Ele também afirmou que Molly havia deixado uma nota de suicídio, uma alegação que gerou dúvidas entre aqueles que conheciam o casal.
Um membro da família de Timothy defendeu sua inocência, atribuindo os problemas do casal a vícios e saúde mental. “Molly tinha um sério vício em fentanil, bem como depressão e um histórico de tentativas de suicídio. Tim salvou a vida dela em mais de uma ocasião… então não acredito que ele a matou”, afirmou o parente ao jornal britânico. Ele também admitiu que ambos acreditavam estar em perigo um do outro, destacando a complexidade e a gravidade dos problemas de saúde mental de Timothy.