Patrão é flagrado jogando ácido no rosto de ex-funcionária, que teme perder a visão; Homem nega agressão em depoimento à polícia – confira detalhes

Na última segunda-feira (19), a faxineira Francieli Priscila Correa Froelich, de 31 anos, foi vítima de um ataque de seu ex-patrão. Durante uma discussão intensa, o idoso de 70 anos, que ainda não foi identificado, jogou um líquido ácido no rosto da jovem, deixando-a debilitada e atordoada.

A agressão do homem foi registrada por uma moradora de Catanduva, local do ataque. No clipe de cerca de dois minutos, é possível ver uma discussão ferrenha entre Francieli e o antigo patrão. Em meio à briga, o senhor surge no portão de casa com um pedaço de madeira em uma mão e uma garrafa de plástico na outra.

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É neste momento que ele se aproxima da mulher e espirra o ácido no rosto da funcionária. Atordoada, Francieli acaba derrubando uma barra de ferro no chão e vai parar no meio da rua. Na sequência, o homem dispara que ela “nunca mais vai usar produto de beleza”. Meu Deus! Confira:

Após o ocorrido, Francieli registrou queixa na delegacia contra o ex-patrão. Em seu depoimento, que veio à tona nesta quinta-feira (22), a mulher afirmou que foi atacada com uma mistura de ácido muriático (um tipo de ácido clorídrico, com cheiro característico e pungente, usado para limpar pisos e remover restos de cimento), formol e soda.

Ainda ontem (21), a profissional também procurou um oftalmologista. O motivo da visita ao especialista seria a dificuldade de enxergar, problema com o qual vem sofrendo desde o traumático episódio e, ainda, o medo de perder a visão. “O olho está bem inflamado. O médico não pode mexer enquanto estiver infeccionado. Ele passou um colírio e analgésico para ir tratando em casa para ver se vai ter que fazer cirurgia ou o que vai conseguir fazer. A minha visão está muito turva. Não consigo enxergar”, lamentou Froelich, em entrevista ao G1.

Francieli teme perder a visão após ataque. (Foto: Reprodução / G1)

Duas versões da história

Segundo a faxineira, ela trabalhava no local há quatro anos e, além da limpeza, também era responsável por fazer as refeições para o ex-patrão. “Eu conheço o idoso há mais de 10 anos. Ele convivia muito com a minha família. A gente já tinha até viajado junto. Eu o tratava como um pai”, afirmou Francieli.

De acordo com o G1, ela revelou que a briga foi desencadeada por um episódio que ocorreu na semana retrasada. Enquanto realizava suas tarefas normais, Francieli acabou tropeçando em um balde com um produto que o homem preparava para vender. A situação teria causado a fúria do idoso. “Ele ficou bravo. Vim embora para minha casa. Em seguida, fiquei doente durante uma semana e não fui trabalhar. No outro domingo, liguei para comunicar que não iria mais trabalhar”, relatou.

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Na sequência, a faxineira e o senhor tiveram uma discussão por telefone e acabaram trocando insultos por motivos pessoais. “Na segunda-feira, liguei novamente, porque o idoso tinha comprado uma cama e precisava vir buscar. Ele começou a me ofender e a dizer que estupraria meu filho e o jogaria no mato”, detalhou Froelich.

As ameaças, no entanto, fizeram com que a moça perdesse a cabeça e fosse até a casa do ex-patrão para tirar satisfações. “Foi quando o idoso me jogou o ácido muriático. Não deu tempo de discutir. Ele já saiu com um pedaço de pau e uma garrafa com o produto. Pensei que era cloro”, lamentou. Depois de socorrê-la, o marido e o filho de Francieli foram à delegacia para registrar boletim de ocorrência contra o homem por ameaça e lesão corporal.

Investigação

Ainda de acordo com o veículo, o idoso responsável pelo ataque esteve no 4º Distrito Policial de Catanduva na tarde dessa quarta (21) e prestou depoimento acompanhado por um advogado. Para a polícia, em sua versão do episódio, o homem afirmou que não jogou ácido na faxineira – mesmo com os registros provando o contrário. Ele ainda alegou “não se lembrar” qual o produto utilizado no ataque.

Idoso jogou ácido no rosto de ex-funcionária. (Foto: Reprodução / Twitter)

Segundo o delegado responsável pelas investigações, o idoso foi submetido a um exame de corpo de delito, pois também apresentou lesões em seu corpo. Francieli, por sua vez, ainda prestou esclarecimentos sobre o ocorrido. De acordo com a Polícia Civil, objetos que foram levados pelo agressor foram apreendidos e serão periciados, mas, infelizmente, o líquido despejado no rosto da mulher não será submetido a exame, porque não foi possível recuperá-lo.