Pagando bem, que mal tem?! NÃO MESMO! Nesta terça (21), uma matéria televisionada no programa Victoria Derbyshire, da BBC, denunciou os vários casos de assédio sexual que acontecem com influenciadoras digitais britânicas. As jovens recebem propostas de até R$ 550 mil para terem relações sexuais com homens desconhecidos.
Uma delas é Tyne-Lexy Clarson, que explicou que o Instagram se tornou como um ‘catálogo’ para esses homens. “É uma prostituição de alto nível — é assustador pensar que se eles me mandaram uma mensagem, provavelmente a enviaram a milhares de garotas bonitas no Instagram”, revelou, antes de dizer que recebeu a primeiro proposta aos 19 anos, com uma oferta de R$ 109 mil para jantar e bebidas.
Quando subiu de patamar na internet, ao participar do reality show “Love Island”, a jovem recebeu um e-mail de agência oferecendo R$ 274 mil para passar cinco noites em Dubai. O contrato, claro, continha diversas cláusulas de confidencialidade. Clarson nunca cogitou aceitar, mas teme por outras meninas em condições menos privilegiadas. “É muito dinheiro para algumas pessoas, é uma quantia que muda a vida”, disse.
Outro nome que passou por situação parecida foi Rosie Williams, que participou do mesmo programa que Tyne na terceira temporada. Um homem ofereceu R$ 550 mil por ano, mais todas as suas roupas e bolsas, para que ela se tornasse sua namorada em Dubai.
Ela também revelou que não quis nem saber da proposta indecente, mas ainda se entristece ao lembrar que foi objetificada dessa maneira. “Você é avisada sobre truques, é avisada de que sua vida mudará dramaticamente, mas nunca é avisada de que poderá ser comprado por homens”, lamentou. A influencer acredita que os assédios continuam acontecendo, porque muitas pessoas têm vergonha de falar sobre o assunto, inclusive com seus colegas de profissão.
“Ou você está numa posição em que não precisa disso, então não discute o tema, ou você já aceitou uma dessas ofertas e tem vergonha de dizer”, analisou. No programa, Derbyshire teve acesso à várias mensagens desses homens, alguns que vão direto ao ponto pedindo por sexo e outros que contratam agenciadores para fazer as ‘negociações’.
A atração recebeu uma denúncia anônima de uma suposta ex-participante de reality show. Identificada como “Isabel”, ela chegou a sair pra jantar com um homem 10 anos mais velho e foi surpreendida ao ser assediada no meio da noite. “Inicialmente me ofereceram bolsas de grife. Ele tinha um fetiche em ser financeiramente dominante, de modo a obter um impulso sexual ao gastar centenas e centenas de libras em sacolas para mim. Ele foi realmente agradável quando eu estava lá. No jantar, começamos a beber e ele estava perguntando sobre minhas finanças — expliquei que tinha uma dívida de 5 mil libras. Ele disse: ‘Faça sexo comigo e eu te darei o dobro disso'”, relembrou.
O valor acabou ‘falando mais alto’ e ela fez sexo com o homem. “Fiquei muito decepcionada comigo mesma, me senti degradada, violada”, desabafou. No bate-papo, ela evitou o rótulo de prostituição. “É um relacionamento direcionado que progride ao longo do tempo… Considerando que eu acho que a prostituição é quando você concorda com uma taxa paga por um estranho qualquer”, avaliou.
Os assédios não são exclusividade das mulheres. O agente das celebridades Rob Cooper contou o caso de um influenciador que recebia dinheiro regularmente para realizar atos sexuais. “Eu diria que é um influencer de alto nível e estrela de reality show que recebe essas mensagens todos os dias”, entregou.
Um porta-voz do Facebook, que é proprietário do Instagram, se pronunciou sobre as denúncias. “A solicitação sexual não é tolerada no Instagram, e aqueles que violarem repetidamente nossas diretrizes serão banidos. Queremos que o Instagram seja um espaço seguro para as pessoas se expressarem. Investimos pesadamente em ferramentas e tecnologias para evitar assédio na plataforma”, escreveram na nota.